• Contexto histórico II

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  • 13/10/2017 12:00

    Olharemos novamente para mais alguns aspectos que antecederam a Reforma e a favoreceram. O papado buscou enfraquecer o poder do Império, tentando assumir o comando político do mundo ocidental. Houve reação e os Estados buscaram autonomia em relação ao poder religioso.

    Depois do Concílio de Basiléia (1431), os papas tiveram que buscar reconhecimento junto aos príncipes, imperadores e reis, concedendo ao Estado grandes poderes sobre a Igreja. O resultado foi o surgimento das Igrejas Territoriais, Igrejas dependentes do poder do Estado.  O poder secular e o espiritual estavam de tal maneira interligados que era impossível determinar onde come- çava um e onde terminava o outro. Havia muitos bispos que não tinham qualquer interesse em questões espirituais e buscavam solidificar suas posições por meios políticos. E muitos príncipes seculares buscavam fortalecer seu poder assumindo o controle da Igreja.

    O príncipe passou a controlar as ofertas do povo. Os decretos episcopais só tinham validade após a autorização real. A pregação das indulgências só era permitida caso o príncipe tivesse parte nos lucros. Nas cidades, houve contestação dos direitos do clero, especialmente contra suas imunidades fiscais e isenções jurídicas. As cidades também queriam controlar a atividade da  Igreja. Criaram Paróquias, e se reservaram o direito de nomeação dos seus pregadores. 

    Estes conflitos entre o Estado e a Igreja favoreceram a Reforma, uma vez que o Estado viu na separação de Roma a oportunidade definitiva de pôr fim a este jogo de poder.

    Há também o fator cultural. A Igreja na Idade Média assumiu a função de cristianizar os povos germânicos. Foi responsável pela formação literária, pelo direito, pela tradição polí- tica e pela técnica. Numa palavra, a Igreja detinha o saber. E foi muito além da teologia somente. A Igreja queria ter a palavra final sobre todos os setores do saber. Caso a Igreja não abdicasse do controle do saber por iniciativa própria, cedo ou tarde surgiria quem contestasse esse controle. Foi o que aconteceu com o humanismo.

    Tanto no âmbito político como cultural havia o desejo de sair do controle que a Igreja exercia sobre a sociedade. Havia um anseio por liberdade. Não por acaso que o conceito que mais caracteriza a Idade Moderna é LIBERDADE. Tudo o que entendemos sob o termo Reforma é atraente para as pessoas do século XV e XVI por causa do conceito Liberdade. Não é por acaso que a expressão LIBERDADE CRISTÃ tenha sido o lema da Reforma. Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. Avenida Ipiranga, 346. Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703.

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