Consumidores esperam inflação de 5,6% em 12 meses a partir de abril, diz FGV
A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses subiu a 5,6% em abril, ante uma taxa de 5,5% obtida em março, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado foi o mais elevado desde outubro de 2018. Em relação a abril de 2020, houve elevação de 0,5 ponto porcentual.
“O movimento de alta das expectativas medianas de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses vem sendo sustentado pela trajetória de alta dos preços de alimentos e bebidas nos últimos períodos. Além disso, a desvalorização da taxa de câmbio e a dificuldade de obtenção de matérias-primas influenciam os preços atuais gerando expectativas de uma trajetória de aumento da inflação nos próximos meses”, avaliou Claudia Perdigão, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 8,5% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação de 3,75% estabelecida para 2021, ante uma fatia de 10,3% registrada no mês anterior. Ao mesmo tempo, a proporção de consumidores esperando inflação acima do limite superior de tolerância da meta, de 5,25%, subiu de 43,8% em março para 51,8% em abril.
A única faixa de renda com queda na expectativa de inflação em abril foi a dos consumidores de menor poder aquisitivo, de até R$ 2.100 mensais, que saiu de uma inflação esperada de 6,6% em março para 6,4% este mês. Entre os consumidores com renda familiar mensal de R$ 2.100,01 a R$ 4.800,00, a expectativa de inflação subiu 0,2 ponto porcentual, para 5,9%; entre aqueles com renda de R$ 4.800,01 a R$ 9.600,00, a expectativa mediana subiu 0,1 ponto porcentual, para 5,2%; e para as famílias com renda a partir de R$ 9.600,01, a estimativa aumentou 0,3 ponto porcentual, para 5,2%.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.