• Conservadores devem vencer eleição regional na França; extrema direita não decola

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  • 20/06/2021 20:58
    Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

    O partido Republicanos, de direita e oposição ao presidente francês, Emmanuel Macron, deve ser o grande vencedor do primeiro turno das eleições regionais disputadas neste domingo, 20, segundo pesquisas de boca de urna. A ultradireita francesa de Marine Le Pen não deve vencer em nenhuma das seis regiões, de um total de 13, em que era apontada como favorita. O partido presidencial, República em Marcha (LREM), também teve um desempenho ruim e terá poucas chances de conquistar alguma região no segundo turno, marcado para o domingo que vem.

    Conforme as sondagens, o Republicanos deve obter 29% dos votos, à frente da extrema direita (18,5%) e dos socialistas (18%). Apesar da fraca votação, o vice-presidente do partido de ultradireita Reunificação Nacional, Jordan Bardella, afirmou que “uma virada é possível” no segundo turno.

    Com quatro anos de existência, o partido de Macron não conseguiu se impor regionalmente, mas pode ser decisivo até o segundo turno para impedir a ascensão da ultradireita. “Foi difícil”, reconheceu o porta-voz do governo, Gabriel Attal. “Não vou fazer rodeios. É claro que estamos desapontados com esse resultado”, disse o chefe do partido presidencial, Stanislas Guerini, à rádio RTL. O LREM deve obter por volta de 15% dos votos.

    Os verdes (EELV), que tiveram um bom desempenho nas eleições municipais de 2020, não devem repetir a dose e devem ficar com 12% dos votos.

    Só os partidos que obtiverem mais de 10% dos votos avançam para o segundo turno decisivo.

    A votação foi marcada por uma abstenção recorde de mais de 66%, de acordo com pesquisas. “O baixo comparecimento é particularmente preocupante”, declarou o ministro do Interior, Gérald Darmanin.

    As campanhas das eleições para a liderança das 13 regiões da França têm como prioridade o debate sobre questões locais como transporte, qualidade das escolas e infraestrutura. No entanto, os políticos usaram a disputa como uma plataforma para testar ideias e ganhar seguidores antes da eleição presidencial de abril de 2022, que deve ter Le Pen e Macron como os principais nomes.

    Nacionalização do debate desistimula eleitores

    A nacionalização do debate frustrou alguns eleitores. “A eleição presidencial é um mundo a parte”, disse o consultor em tecnologia Patrice Grignoux, de 62 anos, que votou em Paris. “Quando você pega a Bretanha ou a região de Paris, elas são totalmente diferentes. O norte também é completamente diferente. Existem questões que você encontra em nível regional, mas não têm nada a ver com questões nacionais.”

    As eleições regionais tinham sido adiadas por causa ao aumento dos casos de covid-19. À medida que as infecções diminuíram e as vacinas se espalharam, o governo francês recentemente reabriu restaurantes, lojas e permitiu viagens locais. As autoridades decidiram cancelar um toque de recolher impopular desde o sábado – bem a tempo para a disputa.

    Muitas seções eleitorais ficaram praticamente vazias, como em muitas escolas de Marselha, na costa do Mediterrâneo, e Le Touquet, no Canal da Mancha. Quem resolveu votar tinha de ficar de máscara, manter o distanciamento dos demais eleitores e levar sua própria caneta para assinar os registros de voto.

    Há seis anos, a direita e o centro conquistaram sete regiões e os socialistas cinco. Desde então, essas grandes forças políticas perderam apoio. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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