Conselho de Medicina defende grávidas em grupo prioritário de vacinação
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) enviou nota à imprensa defendendo a vacinação contra a Covid-19 de todas as grávidas no estado do Rio de Janeiro, independentemente de ela ter ou não comorbidades. Para o posicionamento, divulgado nesta quinta-feira, 22, o Cremerj considerou os graves relatos de médicos sobre o assunto que têm chegado à entidade por meio da Comissão de Saúde Pública.
De acordo com eles, há casos de grávidas que comparecem à maternidade, principalmente no momento do parto, já infectadas ou que se contaminam ao chegar à unidade. Os sintomas começam a aparecer na gestante ainda na maternidade e evoluem muito rapidamente, inclusive para a forma mais crítica, que é o óbito.
“Todas devem ser imunizadas e ser incluídas no grupo prioritário. É uma constatação epidemiológica. Estamos vendo isso na prática. Não é estudo acadêmico, mas sim uma observação do dia a dia que nos dá base suficiente para tomar esta decisão hoje. O risco de não se imunizar contra a Covid-19, comprovado pela realidade, é muito maior que receber a vacina. A situação é gravíssima e pedimos que as autoridades entendam essa necessidade. As evoluções têm sido dramáticas”, afirma a coordenadora da Comissão de Saúde Pública do Cremerj, Margareth Portella.
Outro agravante, segundo ela, é que a maioria das maternidades do estado não tem unidade de terapia intensiva para as mães, dificultando ainda mais a assistência.
De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), ao longo de 2020, foram registradas, no país, 453 mortes de grávidas e puérperas em razão do novo coronavírus – o que representa uma média semanal de 10,5 óbitos. Já de janeiro a abril de 2021 foi identificado que 289 mulheres gestantes ou que acabaram de dar à luz morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil.
Se comparar 2020 com 2021, o número de mortes de grávidas e puérperas foi de 145,4%, enquanto que na população geral esse aumento foi de 61,6%, de acordo ainda com a OOBr Covid-19.