• Compra de carros novos está mais caro do que há 10 anos

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  • 10/02/2022 09:00
    Por Vinícius Ferreira

    Em janeiro, foram feitos 354 emplacamentos de carros em Petrópolis. Um número que é 44,2% menor do que os 635 emplacamentos feitos no ano passado. Uma queda que pode estar diretamente ligada ao custo de se ter um carro, mesmo usado, em 2022. Isso porque a falta de matérias-primas, especialmente os semicondutores, jogou muito para cima os valores dos carros novos, o que ajudou a elevar em 21% o valor dos carros usados.

    Hoje, o carro zero mais barato do país é a versão Zen do Renault Kwid, que custa R$ 59.890. Ou seja, ter um carro zero quilômetro hoje, mesmo o carro “popular”, custa quase 50 salários mínimos (reajustado em 2022 para R$ 1.212). Em 2020, a mesma versão do carro da montadora francesa custava R$ 38.790 (R$ 21 mil a menos). Há uma década, o carro popular mais em conta saia em torno de R$ 23 mil (37 salários). Há 20 anos, R$ 12 mil (60 salários, o que merece uma ressalva já que a diferença maior aqui se dá pelo menor valor do salário em 2002). Mesmo se corrigidos pela inflação, os preços seriam o equivalente a R$ 39 mil e R$ 38 mil em valores de hoje, respectivamente – insuficiente para comprar o modelo zero mais barato agora. 

    Dentre os motivos de se custar tão caro um carro zero em 2022, está, a baixa no estoque de produtos para a produção dos veículos, a elevação no preço de matérias primas e o aumento nos custos de transporte. Em especial, a falta dos semicondutores, componente eletrônico essencial nos carros modernos cheios de sensores. Uma sequência de acontecimentos que causou a maior queda dos últimos 17 anos no setor automotivo do país, que recentemente viu ir embora empresas como a norte-americana Ford.

    Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea, foram vendidos 126,5 mil veículos em janeiro, 26,15% a menos do que em janeiro de 2021. Uma queda que também se reflete na produção, 145,4 mil unidades no primeiro mês do ano, 27,4% do que em janeiro do ano passado. No caso de Petrópolis, apesar da queda nas vendas, a cidade manteve (em janeiro) a posição de sexta do Estado com mais emplacamentos, segundo dados do Detran-RJ. Ficando atrás de Nova Iguaçu (496), São Gonçalo (561), Duque de Caxias (574), Niterói (712) e Rio de Janeiro (6.699).

    Procura por usados provocou elevação dos preços

    Se está difícil comprar um carro zero, não é tarefa fácil também comprar um usado. Conforme estimativas da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores) que é a entidade representativa do Setor de Revendas de Automóveis Seminovos e Usados, reunindo 26 associações regionais por todo o país com 48 mil revendedores, a procura por carros usados subiu em média 30%. Com isso, os preços de carros usados também subiram. Cerca de 21% para carros com 4 a 10 anos de uso.

    Uma tendência que segue em 2022. Em fevereiro do ano passado, a versão 2016 Hatch LS 1.0 mecânica do GM Chevrolet Onix (o carro mais vendido do Brasil) custava R$ 34.515. Agora, o mesmo carro vale, de acordo com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) R$ 44.922. Em janeiro, o mesmo carro custava R$ 44.406, sofrendo uma alta de 1,1%. Quando foi lançado, em 2015 (como modelo 2016), custava R$ 32.904.

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