• Complicações em feridas são responsáveis por 70% dos casos de amputações

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  • Cirurgião vascular do Hospital Santa Teresa explica que tratamento correto é responsável pelo salvamento dos membros

    07/07/2023 13:37
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    Um machucado que não cura, um arranhão que não cicatriza: 70% dos casos de amputações são causados por pequenas feridas ou até mesmo um calo no pé. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular (SBACV), o Rio de Janeiro é o terceiro estado em número de amputações de membros inferiores, tendo sido realizadas mais de 21 mil amputações de 2012 a 2021.

    “A ferida que não cura, normalmente é a ponta de um grande problema, de uma doença progressiva que envolve a circulação. São pacientes complexos, com diabetes e outras doenças como insuficiência arterial e venosa, não sendo um paciente de fácil manejo clínico. Muitos chegam com feridas abertas há mais de dez anos, algumas vezes com necroses graves e infecções. Nestes casos, precisamos ser rápidos para evitar a amputação do membro inteiro ou até a morte, explicou o Cirurgião Vascular, André Marchiori.

    Foi o caso de um paciente diabético e há nove anos precisou amputar o pé direito em
    consequência de uma fissura que, em uma semana, progrediu para uma infecção. “Na época, eu estava com a diabetes descontrolada, não tinha cuidado com a alimentação. A amputação serviu de alerta para eu me cuidar. Não sabia do risco das feridas. Hoje, faço acompanhamento sempre porque preciso cuidar do outro pé”, contou, durante uma consulta com o Cirurgião Vascular.

    Segundo o Cirurgião Vascular, o trabalho de tratamento de lesões vasculares, realizado no setor de Hemodinâmica do Hospital Santa Teresa, possui 96% de eficácia: “Nossos índices de amputação maior – que seria a perda do membro acima do tornozelo – são um dos mais baixos do mundo. Esse resultado se deve ao acompanhamento multidisciplinar e muita dedicação pessoal pela equipe multiprofissional deste hospital. As feridas complexas têm origem multissistêmica, por isso, exigem muito cuidado e empenho. Muitos vivem a vida inteira sem um diagnóstico, aguardando uma melhora que não chega. A demora na busca pelo tratamento compromete ainda mais a saúde até não ter mais jeito. Nossa luta é poder tratar o mais precoce possível”, destacou o médico, acrescentando que a doença é progressiva.

    Toda ferida que não cicatriza deve ser avaliada por um cirurgião vascular. A atenção deve ser redobrada no caso de pacientes que estão no grupo de risco: maiores de 60 anos, diabéticos, hipertensos, com doença coronariana ou vascular pré-existentes (que já tenham sido submetidos a diagnósticos ou cirurgias nessas áreas) ou que já tenham realizado amputações. Pacientes do grupo de risco devem ser companhados rotineiramente pelo especialista, e procurar atendimento sempre que ocorra qualquer tipo de ferida.

    “A maioria das lesões são acompanhadas de perdas de capacidade, inclusive de caminhar. Uma ferida malcuidada esgota a energia do paciente, determina um desequilíbrio clínico e quando associada com outras patologias de base, dificulta em muito a recuperação”, esclareceu o médico.

    O tratamento das feridas complexas no Hospital Santa Teresa é realizado no Setor de
    Hemodinâmica, com procedimentos minimamente invasivos para desobstrução do sistema circulatório, tendo uma Unidade Coronariana para o pré e pós-operatório, especializada em pacientes com doença vascular. A integração de equipes de Cardiologia, Cardiologia Intervencionista e Cirurgia Vascular e Endovascular permitem o sucesso do tratamento minimamente invasivo.

    “Em muitos casos, é muito melhor para o paciente realizar o tratamento via cateter.
    Conseguimos atender a todas as patologias em todas as especialidades. A estrutura é completa para atendimentos complexos com extrema qualidade. O atendimento desses pacientes exige uma equipe multidisciplinar já que apresentam normalmente patologias associadas”, explicou.

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