• Como se mede a presença de alguém?

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  • Por Aghata Paredes

    No Natal é muito comum esbarrar com algumas pessoas correndo contra o tempo para dar conta da lista de compras para a ceia, do presente de amigo oculto ou da busca de itens para decorar a casa. Quase sempre o semblante delas é um mix de cansaço, ansiedade e preocupação, o que corta todo o barato do espírito natalino. É que o Natal, apesar de ser uma data comercial importante, tem por essência um simbolismo muito além dos presentes embaixo da árvore ou da casa repleta de enfeites. É algo que, quase sempre, escapa às palavras.

    Pergunte a algum familiar próximo ou algum amigo mais íntimo quais as lembranças que eles têm do Natal. Na maioria das vezes, a resposta vai se desenrolar a partir de alguma lembrança, às vezes doce, às vezes divertida, outras vezes emocionante, de alguma história vivenciada no núcleo familiar: a receita de bacalhoada da mãe, o manjar de coco da avó, alguém da família vestido de bom velhinho, a alegria pela casa, a piada ruim do “é pavê ou pra comer?” de algum tio, a disputa pelo último pedaço de sobremesa, e lá se vão memórias. Nada disso é presente que pode ser embrulhado, mas representa uma das coisas mais importantes nessa época do ano: presença!

    Como se mede a presença de alguém? Não existe fita métrica que dê conta desse recado, porque presença se sente: está ali, quando você recebe um abraço de alguém que não é muito de demonstrar carinho dessa forma, quando você olha para quem você ama e percebe que ela não quer estar em outro lugar, quando alguém mais velho conta uma história e remonta um tempo antigo, gostoso para quem lembra e curioso para quem escuta. 

    Presença também se sente quando a pessoa não está mais viva fisicamente, mas permanece viva de tantas outras maneiras: através de uma música, uma fotografia, uma carta, um cheiro.

    São tantas as maneiras de sentir a presença de quem se ama, especialmente no Natal.  A melhor delas é estar atento, com os olhos e ouvidos bem abertos, aqui e agora.

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