Como praticar a caridade
Irmãos, todos temos esta condição de distender algum processo caritativo; todos podemos atender às súplicas e necessidades de irmãos mais necessitados; todos precisamos extrair de nós algo que detemos a aprender a nos libertar das várias amarras da materialidade que nos tange; todos necessitamos de entender que, materialmente falando, nada nos pertence, de nada precisaremos ou levaremos, quando os olhos do corpo de carne se fecharem e os caminhos universais se abrirem a nós no retorno à casa de onde viemos.
A materialidade de que necessitamos é a que está a compor, hoje, o necessário e o justo, a que nos possamos exercitar como almas eternas. Sendo assim, a prática da caridade é ponto mais do que necessário a que aprendamos a dar de nós mesmos, a extrair, positivamente, sentimentos, palavras e atitudes em direção àqueles que participam de todos os entrelaçamentos vivenciais.
Deste modo, a caridade precisa fazer parte das vidas, enfatizada sempre nos instantes das múltiplas convivências.
Amigos, sabemos que, na maioria das vezes, não pensamos que estamos tendo grandes oportunidades, que Alguém muito caridoso e Que nos ama está distendendo a nós momentos de muitas disponibilidades, caritativamente, não?
Sim, esta suposição não chega a atingir as criaturas que, absorvidas pelas pressões da matéria e subjugadas por interesses próprios, se esquecem de que, se estamos nesta realidade é por nos terem sido ofertadas oportunidades nesta proposta reencarnacionista caritativa. A reencarnação é a misericórdia, a maior caridade que Deus nos concede, abrindo as portas às renovações em participações mais ativas, a que possamos compor a nós mesmos em energias e vibrações mais positivas e equilibradas.
Sabemos que muitos irmãos participam, hoje, da caridade material, ajudando almas envolvidas por grandes necessidades e dificuldades, direcionadas a preencher grande parte dos vazios humanos, mas precisando de ter consciência em relação ao que se propõem, verdadeiramente, que é o despojamento de si mesmos.
Como, perguntariam os irmãos, fazer este despojamento, se já estaremos doando sempre algo?
O que dizemos, por experiência própria, é que não basta que estas doações e envolvimentos sejam só participações exteriores. Não, o distendimento caritativo precisa ser dentro de uma maior compreensão, traduzindo-nos no devido entendimento dos sofrimentos, buscando, na profundeza que nos tange, um exercício que possa colaborar nestas tarefas.
Essa caridade, que apontamos, faz parte de um exercício cristão, do envolvimento feito em totalidade como, justamente, o Mestre nos exemplificou.
Crescer, espiritualmente, é mais do que dispor de amoedados e materialidades dos quais não mais necessitamos, mas sim, é tirar de nós mesmos o tempo, as horas, momentos a serem aplicados a ouvir lamentos, a curar feridas, a tentar apaziguar incompreensões, a compor sofrimentos emocionais e morais. As atitudes caritativas precisam ir além do dar, do lançar pertences nas portas das instituições e virar as costas. Será entrar nas casas de caridade e sentir os sofrimentos, os desalinhos, as grandes dificuldades; será abraçar seres que não retêm suas vestes tão limpas ou cheirosas, os que se trazem sob condições precárias de higiene, mas que escondem Espíritos em busca de ressarcimentos e renovações, almas tão amadas por Jesus como cada um de nós.
Representamos todo a humanidade real, fora ou dentro da matéria densa, mas todos ainda em buscas maiores, pois pequenos ainda somos em reajustes, aparando as arestas com as quais nos ferimos uns aos outros.
Assim, irmãos, praticar a caridade requer desprendimento, aceitação, compreensão e equilíbrio íntimo, a que não nos manifestemos, recolhidamente, por nos defrontarmos com irmãos de outros credos ou raças, mas procurando um alinhamento humano e espiritual a nos fazermos todos parte do rebanho do Pastor Divino, Jesus.