Como foi o 1º dia de Neymar no Santos: viagem, festa, choro ao falar do pai e camisa 10 do Rei
O dia de Neymar começou cedo. Além da mudança de fuso horário, pode ser que o jogador mal tenha dormido. Pouco antes de 10h, o avião que o trazia de Riad, na Arábia Saudita, pousou no Aeroporto de Guarulhos. De lá, um helicóptero levou o jogador para Santos, onde aterrissou no CT Rei Pelé.
Neymar desceu e abraçou o presidente Marcelo Teixeira. Ele pôde cumprimentar, pela primeira vez, os novos companheiros de Santos – um grupo bem diferente do qual deixou em 2013. De carro, ele deixou o Centro de Treinamento rumo à Vila Belmiro.
No entorno do estádio, porém, era como se ele já estivesse lá. As camisas estavam. A loja oficial do clube no estádio esgotou os estoques. Todas vendidas com o número 10 e o nome “Neymar Jr” nas costas. Na festa, havia diferentes gerações. Idosos que viram Pelé, adultos que eram jovens quando Neymar surgiu e crianças que o verão pela primeira vez ao vivo com a camisa do Santos em campo.
Junto a Marcelo Teixeira, Neymar tinha finalmente a caneta na mão para formalizar o retorno. O jogador garante que está mais maduro, mas não deixou de lado a ousadia e alegria para brincar: “Posso assinar? Tem certeza?”, disse ao presidente.
Era então a vez de cumprimentar os torcedores. Mais de 10 mil santistas ocuparam a Vila Belmiro debaixo de muita chuva em Santos. Outros ainda assistiram à apresentação do lado de fora, por um telão. A torcida esperou enquanto acompanhava diferentes shows de artistas também santistas. Jogadores como Suárez, Iniesta e Marta tiveram recados de boa sorte exibidos no telão.
Os destaques ficam com Mano Brown, que prendeu a atenção mais do que como um passatempo, mas como espetáculo que é. Faltava Projota subir ao palco quando era anunciado que Neymar chegaria logo. As luzes da Vila Belmiro se apagaram. O rapper cantou Moleque de Vila, uma de suas principais músicas, logo antes de o moleque da vila aparecer.
“Vai, vai lá. Não tenha medo do pior. Eu sei que tudo vai mudar. Você vai transformar o mundo ao seu redor. Mas não vacila, moleque de vila”, diz o refrão.
No momento da assinatura, Neymar havia recebido a camisa 11, com a qual fez história na primeira passagem no Santos. No vestiário, foi lhe entregue a 10. Ele se ajoelhou no espaço do local que homenageia Pelé, como se pedisse a bênção do Rei.
Já em campo, a euforia tomou ainda mais o estádio. Doze anos depois, Neymar pisava no gramado da Vila Belmiro como jogador do Santos novamente. Ele agradeceu, deu uma volta olímpica e, pouco depois, se despediu. Será lá o clássico contra o São Paulo, no sábado.
Depois, Neymar concedeu entrevista coletiva. Falou sobre a decisão do retorno, a vontade de agregar ao time, a avaliação sobre Pedro Caixinha, o tempo de contrato e a chance de prorrogar e seleção. O momento de mais emoção foi quando falou sobre seu pai, o que o levou às lágrimas.
Com base no que disse sobre vontade de jogar, Neymar deve descansar para talvez estar à disposição na quarta-feira, contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila Belmiro. O torcedor, com o craque, terá um descanso. Se a chegada do atacante for o ponto de virada para o time, o santista poderá ficar tranquilo: a realidade será como um sonho.