Commodities e bandeira verde ajudaram na desaceleração do IGP-DI em agosto, diz FGV
A queda nos preços de commodities importantes, como minério de ferro e soja, foi determinante para a desaceleração da inflação entre os produtos agropecuários e industriais, contribuindo para uma moderação no avanço do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em agosto, avaliou o coordenador dos Índices de Preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.
“Em agosto, a inflação ao produtor apresentou desaceleração significativa, com o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) recuando de 0,93% em julho para 0,11%”, destacou Braz.
Na manhã desta sexta-feira, a FGV divulgou o recuo da inflação medida pelo IGP-DI, que passou de uma alta de 0,83% em julho para 0,12% no mês passado.
De acordo com Braz, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também contribuiu para a redução da inflação, com destaque para a mudança de bandeira tarifária de amarela em julho para verde em agosto.
Quatro das oito classes de despesa componentes do IPC registraram decréscimo em suas taxas de variação. O item Educação, Leitura e Recreação passou de alta de 3,48% em julho para queda de 0,60% em agosto; Habitação saiu de uma elevação de 0,61% para recuo de 0,40%; Despesas Diversas recuou de 1,84% para 0,45%; e o item Transportes caiu de 1,09% em julho para 0,82% em agosto.
As principais contribuições para este movimento foram a redução do preço das passagens aéreas, de 21,20% para queda de 3,46% de julho para agosto; a tarifa de eletricidade residencial, que passou de alta de 2,24% para declínio de 2,09%; os serviços bancários saíram de uma alta de 3,14% para alta de 0,72%; e a gasolina recuou de 2,90% para 2,29% de um mês para outro.
Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (-0,01% para 0,14%), Vestuário (-0,21% para -0,04%), Comunicação (0,11% para 0,16%) e Alimentação (-1,06% para -1,03%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.
Já no setor da construção civil, a taxa de inflação manteve-se estável, com variação em torno de 0,70% tanto para materiais quanto para mão de obra, apesar de uma redução significativa no preço de materiais e equipamentos.
Os três grupos componentes do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) registraram recuo na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (0,71% para 0,77%), Serviços (0,71% para 0,12%) e Mão de Obra (0,74% para 0,69%).