Comissão Especial de Oncologia vai avaliar atendimento realizado na cidade
Nos próximos 20 anos deve ocorrer um aumento de 63% na incidência de câncer em todo o mundo, segundo os dados atualizados e divulgados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), instituição filiada à Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório foi divulgado no dia 12 de setembro e compõe o Observatório Global de Câncer do IARC (GCO) e não eram atualizados desde 2012.
No Brasil, segundo a projeção do IARC, 998 mil brasileiros devem ser diagnosticados com câncer em 2040, um salto de 78%, quando comparados aos 559 mil novos casos de câncer esperados para esse ano. A projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para este ano é que serão registrados cerca de 582.590 mil novos casos. Nesse mesmo cenário, o número de mortes deve aumentar em 95%, chegando a 476 mil óbitos por câncer daqui 20 anos.
De olho neste cenário e na forma como o tratamento de oncologia vem sendo desenvolvido no município e a necessidade de desenvolver política de prevenção ao câncer, o Conselho Municipal de Saúde (Comsaúde) criou uma comissão especial para analisar os dados, apresentar sugestões para melhorar o atendimento, avaliar se os recursos estão sendo aplicados corretamente. “A comissão terá as informações e com isso fazer um banco de dados que vai ajudar na formatação de um serviço oara o tratamento dos casos existentes e novos, quanto um trabalho de prevenção, pois vamos contar com o apoio da epidemiologia para análise dos dados e com isso definir uma política de prevenção ao câncer”, afirmou a presidente da Comissão Especial de Oncologia do Comsaúde, Ana Cristina Coelho Mattos.
Ela manifestou preocupação com o número de casos de câncer de próstata, que hoje, conforme dados do Inca teria a mesma média que o câncer de mama. “Com o câncer de mama fizemos um longo caminho e hoje não há nenhuma fila para cirurgia, ao contrário do câncer de próstata que tem fila e acredito que precisamos investir mais numa política de saúde do homem com ações de prevenção”, frisou Ana Cristina.
A preocupação da presidente da Comissão vai ao encontro dos dados da projeção do Inca para 2018. De acordo com o relatório este ano devem surgir 68.220 mil casos de próstata, sendo que na região sudeste serão 30.080 mil e no Estado do Rio cerca de 6.950 novos casos. O relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) mostra que no mundo em 2018 serão 1,3 milhão casos de câncer de próstata.
Os dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer mostram que um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres em todo o mundo desenvolvem câncer durante a vida, e um em oito homens e uma em cada 11 mulheres morre da doença. Em todo o mundo, o número total de pessoas que estão vivas dentro de um diagnóstico de câncer, chamado a prevalência de 5 anos, é estimado em 43,8 milhões.
O aumento da carga de câncer é devido a vários fatores, incluindo crescimento populacional e envelhecimento, bem como a mudança na prevalência de certas causas de câncer ligadas ao desenvolvimento social e econômico. Isto é particularmente verdade em economias em rápido crescimento, onde se observa uma mudança de câncer relacionado à pobreza e infecções de câncer associados a estilos de vida mais típicos de países industrializados.
Os cânceres do pulmão e da mama são os principais tipos em todo o mundo em termos do número de novos casos; para cada um desses tipos, estima-se que aproximadamente 2,1 milhões de diagnósticos em 2018 cerca de 11,6% da carga total de incidência de câncer.