Comissão da Câmara aponta irregularidades após fiscalizar garagem da Petro Ita e Cascatinha; Setranspetro rebate acusações
A Comissão Especial para Avaliação das Concessões e Parcerias Público Privadas Municipais da Câmara de Petrópolis realizou, na segunda-feira (23), uma fiscalização na garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha. No local, a comissão apontou ter encontrado diversas irregularidades nos coletivos, além de ter tido dificuldades para a realização da vistoria. O Setranspetro rebateu as acusações.
Segundo a comissão, que é presidida pela vereadora Júlia Casamasso, entre diversos ônibus fiscalizados das duas empresas, vários estavam irregulares, segundo critérios da CPTrans e outros instituídos pela própria comissão. Entre os problemas identificados estão: pneus reformados, pneus carecas, placas apagadas, veículos sem placa, sem selo para operação em 2023, avarias no forro e no piso e problemas estruturais.
“Encontramos, de fato, uma situação bem ruim diante da infraestrutura dos ônibus e também do descumprimento das leis municipais 8273/22 e 8403/22, que definem sobre afixação de placas com horários, itinerários e ano da frota para sabermos a idade mínima dos ônibus em circulação”, detalha Casamasso.
A comissão também afirmou que houve desafios para a vistoria, com tentativas de impedir o trabalho e a não disponibilização de nenhum responsável técnico para o acompanhamento e o fornecimento de explicações necessárias.
No dia 2 de outubro, o grupo já havia visitado a garagem da Turp Transporte, em Itaipava.
Com a fiscalização finalizada, a comissão, que também tem os vereadores Domingos Protetor e Mauro Peralta, irá enviar um relatório de diagnóstico técnico e solicitar uma atitude da Prefeitura, por meio da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes.
Setranspetro dá sua versão sobre o ocorrido
O Setranspetro, em nota, informou que entende o papel e a prerrogativa do cargo legislativo, mas afirmou que qualquer visita às garagens das empresas de ônibus deve ser agendada previamente, para não impactar a operação dos coletivos e o trabalho dos profissionais. Segundo o sindicato, embora haja um contrato público, o Setranspetro ressalta que todas as operadoras de ônibus de Petrópolis são empresas privadas, cabendo somente ao município e ao órgão público gestor, a CPTrans, ações de fiscalização, por mais que tenham comissões formadas na Câmara Municipal.
Ainda de acordo com o Setranspetro, a ação realizada na garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha não permitiu que a empresa destinasse uma equipe técnica responsável para acompanhamento, para responder às dúvidas e questionamentos da comissão, ferindo um direito constitucional de qualquer cidadão ou empresa, que é o direito à explicação e defesa.
O sindicato afirmou também que é preocupante para o Sistema de Transporte, a forma com que pessoas utilizam os problemas e dificuldades existentes no transporte público, de forma política, visto que é completamente necessário conhecimento técnico qualificado, para qualquer tipo de análise de segmento, como questões técnicas e operacionais.
Empresas também se posicionam
As empresas Petro Ita e Cascatinha, alvos da vistoria, disseram que reconhecem todos os problemas ainda existentes e reforçaram o compromisso para melhorias na qualidade do serviço prestado, mesmo após três catástrofes que atingiram as operadoras, sendo duas naturais e uma criminosa.