• Comida-remédio

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  • 03/03/2018 12:00

    Saúde é equilíbrio, bem-estar, harmonia orgânica, metabolismo em ordem, estrutura corpórea funcional, mente em paz. Sem doença e hábitos nocivos. Coração pleno de bondade. A prática do bem. Exercitar a fé e cultivar a esperança. Reduzir a Netflix e o Facebook, e interagir com outros seres humanos. Respirar ar puro e deixar a natureza nos banhar de beleza. E, principal: alimentar-se bem e corretamente! 

    Com irmão médico respeitado, é prudente evitar opiniões temerárias, como a que passo a dar, por isso peço vênias. Mas depois de resolver certas mazelas com homeopatia; após ver a filha que entristecia em toda Páscoa, por não poder comer chocolate, ser curada da alergia por homeopata unicista; depois da coluna corrigida por massoterapeuta e acupunturista brilhante; depois de ler sucessos da medicina oriental, dos médicos dos pés descalços e da eficácia do tratamento de doenças tropicais pela medicina cubana; depois de provar a competência de chás prescritos por avós; depois disso tudo, formei opinião que, se não abandona a medicina ocidental e a alopatia, imagina mundo melhor na combinação destas com terapias naturais e preventivas. Especialmente a comida!

    Tem uma série coreana, Clássico Imortal. A família descende de estirpe milenar de cozinheiros de imperadores. Possui livro secreto, de receitas usadas para curar doenças dos monarcas somente pela comida. A combinação de ingredientes, a forma de preparo, o tempo de repouso dos molhos, métodos de armazenamento, revestimento dos potes e tigelas, tudo harmonizado para delícia do paladar e eficácia do tratamento de saúde. Na série, é descrito até um caso de câncer tratado apenas com certos tipos de alimentos.

    Michel Pollan, professor de Berkeley, “guru da vida saudável”, declarou suas brilhantes regras de saúde: “Coma comida. Coma pouco. Principalmente vegetais”. Três regras. O aparente truísmo da primeira é intrigante. Ele esclarece. Tudo o que sofreu processo industrial deixou de ser comida verdadeira, pois recebeu aditivos químicos. Tudo que tem propaganda demais, letreiros coloridos, embalagens sofisticadas, deixou de ser comida verdadeira. A verdadeira comida é silenciosa, como os vegetais, que não fazem alarde no supermercado.

    O problema é que é difícil encontrar comida “de verdade”. Vegetais têm agrotóxicos e podem ser transgênicos. Até nos orgânicos, se descobre falsos orgânicos, que só aproveitam o rótulo que os promove. Água é saúde, mas uma corrente denuncia mazelas do que se considera excesso de flúor em nossas reservas, que adoeceria os ossos. O leite tem soda cáustica e há hormônios na carne. Açúcar refinado faz mal, mas adoçantes podem ser cancerígenos e o mascavo não é o poço de saúde que se imaginou. A solução para tantas armadilhas seria ter poço e horta própria, e vaca e galinhas. Você mesmo garantiria a qualidade. Que nada! Os lençóis freáticos por baixo do quintal podem conter restos de lixões, de mineradoras, de cemitérios, de esgotos. Afora o tóxico que vem pelo ar.

    Complica: se comer, o agrotóxico pega, mas se não comer, a doença come! A saúde alimentar é quase impossibilidade. Então, não desista, mas relaxe. Evite a ânsia exagerada por comida saudável, que vira doença: “ortorexia”. Mas faça o melhor possível na busca de comida-remédio. Evite industrializados e viva a vida mais saudável que alcançar. Ela é tão passageira quanto preciosa. O corpo é o navio dessa viagem. Merece cuidados.

    denilsoncdearaujo.blogspot.com

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