• Comércio local enfrenta desafios mesmo após mais de um ano das chuvas em Petrópolis

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 20/04/2023 17:44
    Por Enzo Gabriel

    As chuvas de fevereiro e março do último ano trouxeram muitos prejuízos para Petrópolis. Além de inúmeras vidas perdidas e centenas de pessoas afetadas direta ou indiretamente pelas chuvas, uma classe sofreu e ainda sofre com os resquícios da maior tragédia socioambiental vivida pelo município – os comerciantes. Mais de um ano depois, entre créditos, promessas e trabalho, o principal objetivo do grupo é restabelecer o comércio local.

    Logo após a tragédia, as marcas deixadas pelas chuvas eram evidentes. Lojas tomadas por lama, mercadorias perdidas e funcionários tentando recuperar o que havia restado. Segundo levantamento do Sindicato do Comércio Varejista (Sicomércio Petrópolis), somente na tragédia do dia 15 de fevereiro, cerca de 350 lojas foram prejudicadas com inundações e deslizamentos, gerando um prejuízo na ordem de R$ 200 milhões. Para apoiar a reconstrução da cidade, a Agência Estadual de Fomento do Rio de Janeiro (AgeRio) criou um programa com liberação de linhas de crédito que concedeu cerca de R$ 207 milhões em crédito para 3.326 empreendedores da cidade.

    Patrícia Canário, comerciante de uma tradicional loja de instrumentos musicais no Centro, conta sobre a perda do comércio a retomada neste período:

    “Nós já vínhamos de um tempo muito difícil de pandemia, mas a tragédia foi pior. No dia 15 de fevereiro perdemos três balcões com diversos produtos, já que a água e a lama chegavam a quase três metros. No dia 20 de março, perdemos instrumentos e computadores. Tivemos que nos reerguer sozinhos e foi muito complicado. As vendas só estão melhorando agora e a gente espera que o cidadão apoie mais as lojas daqui, que tanto sofreram na tragédia”.

    Mesmo após a volta do comércio ao funcionamento normal, o comerciante ainda sente a ausência do consumidor nas lojas – o que reflete, também, no fechamento de alguns estabelecimentos. Além disso, os constantes alertas de chuvas aparecem como um dos fatores que afasta a ida dos consumidores ao comércio local.

    Foto: Helen Salgado

    Em contrapartida, Marcelo Fiorini, presidente do Sicomercio Petrópolis, apresenta uma expectativa positiva para as vendas em Petrópolis nos próximos meses:

    “O comércio petropolitano vem se recuperando, de forma resiliente, após os prejuízos causados pelas restrições da pandemia e pós-tragédia das chuvas. Conforme o cenário nacional, o início do ano tem sido mais trabalhoso, muito por causa dos reflexos ocasionados pelas mudanças econômicas, mas, acreditamos em uma estabilidade que deverá ser alcançada nos próximos meses. A expectativa é positiva com relação ao aumento das vendas nas datas que são importantes para o comércio. Uma delas, a Páscoa, foi motivo de planejamento, promoções, vitrines enfeitadas e maior engajamento nas vendas através das redes sociais. Outra data que promete um resultado ainda melhor é o Dia das Mães, reconhecidamente um dos mais importantes no varejo”, afirma o presidente do Sicomércio, acrescentando que, programações especiais e fortalecimento do turismo também são importantes para o comércio. Além disso, para que o setor continue sendo um grande propulsor da economia da cidade é preciso que as marcas e lojas petropolitanas sejam prestigiadas.

    Apoio ao comércio local

    O presidente do Sicomercio Petrópolis ainda ressalta que os empresários estão investindo em novos produtos e formas de fidelização de clientes, através de promoções e atendimento personalizado. Para ele, a população precisa entrar nesta corrente e privilegiar o comércio local.

    “A proximidade de datas de maior movimento no comércio, bem como as programações da cidade que atraem mais visitantes devem aquecer demais setores como hotelaria e gastronomia que, bem como o comércio, são altamente influenciados pelo turismo da cidade. Os empresários estão investindo em novos produtos e novas formas de fidelização dos clientes com promoções e atendimentos personalizados através de redes sociais. Mas, temos que salientar: para que o comércio petropolitano continue reforçando a economia e responsável pelo sustento de várias famílias, é preciso que a população também entre nesta corrente e privilegie o comércio local. Temos ótimas marcas, boas lojas e polos de venda importantes.”, afirma Marcelo Fiorini.

    Últimas