Comerciantes temem o fechamento do Terminal Rodoviário do Centro
O anúncio de que o Terminal Rodoviário Imperatriz Leopoldina – Terminal Centro – será gradeado e fechado pela CPTrans, trouxe preocupação a comerciantes que tem estabelecimentos no entorno do terminal. Eles temem que o fechamento seja semelhante ao que ocorreu há alguns anos, e que acabou prejudicando o comércio local. Mas segundo a Prefeitura, desta vez o fechamento será parcial, apenas durante a noite, para evitar o vandalismo e melhorar o serviço de limpeza que será feito durante este turno.
Quando o terminal foi fechado, na gestão do ex-prefeito Rubens Bomtempo (2004/2008), devido a implantação do sistema do bilhete único, o número de usuários que saiam do terminal para comprar no comércio próximo reduziu significativamente. O empresário Idércio Zironde, proprietário da CityFarma, que fica na Rua Dr. Porciúncula, lembra que na época por causa da queda no movimento teve que demitir quatro funcionários. De acordo com Idércio, a notícia da saída do Detran do terminal também preocupa. “Queremos buscar informações para entender o que a Prefeitura está fazendo. Não queremos que diminua o movimento e nem que traga mais desemprego”, disse. Embora o fechamento do terminal seja apenas noturno, o Detran informou que está buscando um novo endereço para a instalação da unidade de Habilitação, Identificação Civil e Ciretran que funciona atualmente dentro do terminal.
Nesta semana, cerca de trinta comerciantes se reuniram para discutir o assunto. O empresário Henri Moura Lippi, proprietário do Hotel Ace Suits Inn Hotel, disse que a notícia gerou um pânico entre os empresários da região, e que vão buscar informações na Prefeitura para entender a situação. Para ele, a preocupação com o terminal também se estende a que tipo se solução será proposta para os moradores de rua que passam a noite no local. “Hoje tem uma massa de pessoas que moram no terminal. Queremos entender qual é a proposta do governo em relação a essas pessoas. Vão ficar abandonados na rua ao redor do terminal? O que será proposto para eles? Uma vez que permitiram essa situação”, questionou.
“Se o gradeamento for parcial não vejo problema nenhum. Mas além disso tem que ser pensada a questão dos moradores de rua. O fechamento resolve o problema da sujeira e vandalismo, mas não resolve o problema de quem mora na rua e fica ali. Isso não pode servir de paliativo para os moradores de rua. Eles tem o direito de ir e vir, muitos estão na rua porque querem, é uma situação difícil de tratar. Mas tem que se pensar em todas as questões”, completou a empresária Vera Soares Bordallo.
A Prefeitura informou que o fechamento do espaço será apenas a noite, a partir da saída do último ônibus, sendo reaberto no dia seguinte a partir da saída do primeiro coletivo. Os corujões que param dentro do terminal, farão o embarque e desembarque na parte externa do terminal.
O projeto já foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), agora será submetido à análise de todas as instituições envolvidas, inclusive, Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), segundo a Prefeitura. Ainda não há previsão de quando a obra será iniciada.