Comef: Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil continua em 0%
O Comitê de Estabilidade Financeira do Banco Central (Comef) manteve zerado o Adicional Contracíclico de Capital Principal do Brasil (ACCPBrasil). Em comunicado publicado nesta quarta-feira, 28, o colegiado afirma que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) está preparado para enfrentar a materialização de riscos de crédito.
“As provisões para perdas de crédito e os níveis de liquidez e de capital dos bancos se mantêm adequados”, diz o comunicado do Comef. “Diante da reduzida exposição cambial e da pequena dependência de funding externo, a exposição do SFN a flutuações financeiras originadas no exterior é baixa.”
O ACCPBrasil é uma parcela do capital a ser acumulada na expansão do ciclo de crédito e consumida em sua contração. O instrumento trata o risco sistêmico cíclico do crédito e dos preços dos ativos.
O colegiado diz que o ritmo de crescimento do crédito permanece “historicamente elevado”, em linha com a resiliência da atividade e apesar de condições financeiras mais restritivas. Mas também destaca “leves sinais de desaceleração” no primeiro trimestre deste ano. Esse arrefecimento é observado tanto no sistema financeiro, quanto no mercado de capitais.
“O cenário, caracterizado por elevação da taxa básica de juros e pelos níveis atuais de inadimplência, comprometimento de renda e endividamento das famílias, bem como pelo endividamento das empresas, requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito, tanto na qualidade dos empréstimos quanto no apetite ao risco”, alerta o comitê.
Segundo o comunicado, os bancos em geral mantêm capital e liquidez maiores do que os requerimentos prudenciais, e a suficiência desses níveis é atestada por testes de estresse.
“O Comef recomenda que as entidades supervisionadas persistam com a política de gestão prudente de capital e de liquidez em virtude das incertezas econômicas e da conjuntura”, afirma o comitê.
O colegiado acrescenta que tem acompanhado condições financeiras internacionais – com atenção especial às “consequências da trajetória das políticas monetária e fiscal das economias avançadas, do reposicionamento das políticas comerciais, dos movimentos de reprecificação de ativos financeiros globais e dos eventos geopolíticos”.