• Começa hoje vacinação contra covid de agentes de segurança do Estado de São Paulo

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 05/04/2021 16:14
    Por Renata Okumura / Estadão

    Profissionais da segurança pública e administração penitenciária do Estado de São Paulo começaram a ser vacinados nesta segunda-feira, 5. Segundo Doria, os profissionais terão esquema próprio de imunização. Para evitar aglomerações em postos públicos de saúde, mais de 80 unidades da Polícia Militar no Estado receberam doses da Coronavac.

    O governador João Doria (PSDB) acompanhou na manhã desta segunda-feira o início da imunização dos trabalhadores da área na Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB), na zona oeste da capital paulista. A 1° tenente Rosemeire Santos de Miranda, de 43 anos, que tem 22 de Polícia Militar, formada em enfermagem, foi a primeira profissional de segurança a ser vacinada contra a covid-19.

    De acordo com o governo paulista, serão 21 unidades na capital paulista, nove na Grande São Paulo, sete na região de Campinas, sete na região de Sorocaba, sete na região de Ribeirão Preto, seis na Baixada Santista, seis na região de Piracicaba, cinco na região de Bauru, quatro na região de São José do Rio Preto, quatro na região de Presidente Prudente, quatro na região de São José dos Campos e dois na região de Araçatuba.

    “A partir de hoje, começam a ser vacinados 180 mil profissionais de segurança em todo o Estado de São Paulo. São profissionais da ativa das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, Corpo de Bombeiros, Agentes Penitenciários, Guardas Civis Metropolitanos, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e da Fundação Casa. Em 10 dias, praticamente todos desta população dos profissionais de segurança estarão vacinados”, disse o governador.

    Neste momento, segundo o governador, a vacinação é exclusiva aos profissionais da ativa das instituições, com exceção daqueles que não atendem aos critérios médicos estabelecidos pelas autoridades de saúde, como gestantes, lactantes e infectados pela covid-19 há 30 dias ou menos.

    Assim como para a população, também é recomendado que os profissionais de segurança façam cadastro prévio pelo site para agilizar no momento da vacinação. O registro, porém, não é obrigatório.

    Entrega de doses ao Ministério da Saúde

    Mais cedo, o governador João Doria participou da entrega de 1 milhão de doses, totalizando 37,2 milhões de unidades da Coronavac enviadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Até o momento, o Instituto Butantan fez o repasse de mais de 80% das doses da vacina contra a covid-19 do primeiro lote que será entregue ao ministério até o fim deste mês.

    Até 30 de agosto, 100 milhões de doses serão entregues ao Ministério da Saúde. Questionado sobre a possibilidade de enviar mais doses para a pasta, caso haja solicitação, Doria afirma que esta foi a encomenda feita, até o momento, pelo ministério. “Originalmente o Ministério da Saúde negou a compra das vacinas por determinação do presidente da República. Nós insistimos e conseguimos, finalmente, o primeiro lote de 46 milhões (até 30 de abril), depois mais 54 milhões também serão adquiridos. Nosso compromisso é com a entrega de 100 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan em parceria com o Laboratório Sinovac até agosto. Havendo novas manifestações do Ministério da Saúde, o Butantan vai estudar e analisar, com o mesmo cuidado e mesmo zelo com o que produziu a vacina que hoje está imunizando os brasileiros”, afirmou Doria.

    O governador lembrou ainda que a Butanvac, que está em desenvolvimento, aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para diante da aprovação iniciar imediatamente os testes clínicos. “Se tudo correr bem, na velocidade que uma pandemia exige, já no segundo semestre teremos uma vacina brasileira complementando a vacina do Butantan, que é a Coronavac”, acrescentou.

    Ele espera ainda que não haja interrupção no fornecimento de insumos para a produção da Coronavac no Instituto Butantan. “Lembrando que o prazo original era 30 de setembro. Já antecipamos 30 dias para 30 de agosto. E a partir de setembro, já determinamos e formalizamos a aquisição de 30 milhões de doses da vacina do Butantan para brasileiros que vivem em São Paulo. Pretendemos imunizar 100% de todos os habitantes do Estado, que precisam ser imunizados, até 31 de dezembro deste ano”, estima Doria.

    Doria também não descarta a possibilidade de antecipar a vacinação de outros grupos prioritários. “Quem defini isso é o grupo do programa estadual de imunização. Essa avaliação está sendo feita. Diariamente, o centro se reúne virtualmente e semanalmente, temos uma reunião presencial às quintas-feiras. Essa é uma decisão que é constantemente reavaliada”, adiantou.

    Até o presente momento, pouco mais de 6,4 milhões de doses foram aplicadas no Estado de São Paulo, sendo pouco mais de 4,8 de primeira dose e de segunda dose, um pouco mais de 1,6 milhão.

    Cultos e missas em São Paulo

    Sobre a polêmica da abertura ou não de templos religiosos, Doria disse que compreende a natureza daqueles que gostam e sentem a necessidade de frequentar templos e igrejas, mas que determinação deve ser cumprida.

    Na contramão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou missas e cultos em todo o País no pior momento da pandemia, o colega de Corte Gilmar Mendes negou, nesta segunda-feira, pedidos do PSD e do Conselho Nacional de Pastores do Brasil para derrubar o decreto do governo de São Paulo que vetou atividades religiosas coletivas presenciais durante as fases mais restritivas do plano de combate ao coronavírus.

    “Isso será reavaliado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, pois o próprio Supremo Tribunal Federal determinou que Estados, portanto os governadores, tivessem a responsabilidade da gestão desses temas e não o Supremo Tribunal Federal e não o governo federal. Por enquanto, a de se cumprir o que determina a lei. Se ela for reavaliada pelo Supremo, vamos ver o resultado disso”, avaliou Doria, ao pedir que religiosos fiquem em casa e façam suas celebrações ao lado de familiares que moram juntos, evitando irem a templos para não colocarem em risco a saúde deles mesmos e de outras pessoas, diante desse momento grave da pandemia.

    O presidente do STF, Luiz Fux, deve levar divergência para julgamento no plenário na próxima quarta-feira, 7.

    Últimas