• Com Petrobras no foco, Ibovespa recua 0,04%, aos 126 mil pontos

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  • 04/dez 18:41
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    O Ibovespa lutou pela segunda sessão em que evitaria perdas, uma sequência positiva que, embora muito discreta então, não é vista desde 13 e 14 de novembro. Com o dólar em baixa pelo segundo dia, mas ainda acima do limiar de R$ 6, o índice da B3 oscilou dos 125.828,01 aos 126.719,76 pontos, encerrando em baixa de 0,04%, a 126.087,02 pontos. O giro ficou em R$ 22,1 bilhões. Na semana e no mês, o Ibovespa avança 0,33%, ainda cedendo 6,04% no ano. Na sessão, o índice voltou a contar com o apoio dos grandes bancos, com destaque nesta quarta-feira para Bradesco, em alta de 1,28% (ON) e de 1,14% (PN).

    Na ponta ganhadora do Ibovespa, BRF (+5,58%), LWSA (+4,58%), Rumo (+2,77%), Klabin (+2,65%) e Suzano (+2,60%). No lado oposto, Azzas (-4,49%), MRV (-4,19%), Hapvida (-3,32%), Bradespar (-2,75%) e Prio (-2,70%). Entre as principais blue chips, o dia foi negativo para Vale (ON -1,95%) e para Petrobras (ON -0,96%, PN -0,63%).

    A piora pontual em Petrobras a partir do meio da tarde foi decisiva para a falta de fôlego do Ibovespa em direção ao fechamento, em dia que já era bem negativo para a ação de maior peso no índice, Vale ON. Além da queda de 1,8% a 2% para o petróleo em Londres e Nova York – em dia de dados que mostraram aumento de estoques nos EUA, e sinal de que a Arábia Saudita tende a prorrogar cortes de produção -, o sentimento com relação à estatal foi também afetado pelo relato do jornal O Globo de que o governo prepara uma troca de nome na presidência do conselho de administração, com uma indicação que seria feita pelo PT para o cargo.

    Apesar do teor ruim para a precificação do papel, a reação do mercado à notícia foi relativamente contida, considerando o dia de baixa para as cotações da commodity. “A notícia é negativa, na medida em que sugere a possibilidade de mais interferência na empresa”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

    Contudo, a percepção do mercado sobre a Petrobras tende a piorar, de fato, apenas se houver interferência no pagamento de dividendos, aponta o operador. “Como está pagando direitinho, o mercado não fica tão pessimista”, observa Monteiro, acrescentando que, no momento, o quadro mais amplo, macroeconômico, é o que continua a direcionar os negócios na B3, em meio à expectativa para a tramitação no Congresso do pacote de cortes de gastos. Hoje, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confirmou que deve ocorrer, ainda nesta quarta-feira, a votação da urgência do PL e do projeto de lei complementar associados às medidas – e que o pacote possa ser votado, de fato, até a semana que vem.

    Com relação à Petrobras, conforme apurado pelo Broadcast no Rio, Pietro Mendes, aliado do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) que preside o conselho de administração da estatal, será indicado para o comando da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para a vaga que seria então aberta no conselho, a tendência é de que seja designado o economista Bruno Moretti, em arranjo coordenado por Silveira e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A ideia, conforme relato do jornalista Gabriel Vasconcelos, do Broadcast, é de que a troca seja efetivada ainda este mês.

    “Entendemos que esses movimentos não deverão impactar as condições de geração de caixa da Petrobras, nem a sustentabilidade dos dividendos. A Petrobras tem passado por diversas mudanças internas, que não alteraram de forma material os principais pilares: manutenção da política de preços, investimentos diligentes e boa distribuição de dividendos”, aponta João Daronco, analista da Suno Research.

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