• Com ‘geração dourada’ envelhecida, Chile vive situação difícil nas Eliminatórias

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  • 07/10/2021 13:30
    Por Pedro Ramos / Estadão

    Candidato à decepção das Eliminatórias Sul-Americanas, o Chile corre sérios riscos de ficar fora da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Campeã das edições 2015 e 2016 da Copa América e vice da Copa das Confederações em 2017, a seleção chilena vive situação delicada na 8ª posição da disputa, com apenas uma vitória em nove jogos. O país, que esteve nas duas últimas Copas (Brasil e Rússia), vê o envelhecimento da geração mais vitoriosa de sua história.

    O presidente da Federação de Futebol do país, Pablo Milad, se preocupa com o momento da seleção. “A situação nos obriga a fazer ao menos sete pontos nos próximos três jogos, mas gostaria que fossem nove”, comentou ao Canal 13 de Santiago. O diretor esportivo de seleções, Francis Cagigao, definiu os próximos três confrontos como a “operação reviravolta”.

    Faz seis partidas que o Chile não sabe o que é vitória. A última foi sobre a Bolívia por 1 a 0 em junho ainda pela Copa América, competição em que venceu apenas uma das cinco partidas, sendo eliminada em derrota para o Brasil, vice-campeão. Com os resultados ruins, a pressão é grande sobre o técnico Martín Lasarte, que assumiu o Chile na segunda rodada das Eliminatórias, e tem o pior início de um treinador no comando da seleção em suas primeiras dez partidas. Um dos vários problemas da equipe é o ataque. Foram apenas nove gols marcados em nove jogos, o terceiro pior, ao lado do Paraguai.

    Os próprios torcedores entendem a situação delicada da seleção para se classificar à próxima Copa do Mundo. O chileno Felipe Ruiz, gerente de uma empresa de consultoria de recrutamento e seleção, acredita que o objetivo ainda é possível, mas a chance de jogar o próximo Mundial é pequena.

    “Definitivamente, essa é uma geração dourada que tanta felicidade nos deu. A seleção está com vários problemas. Muitos jogadores não estão tendo regularidade por suas respectivas equipes e sem o desempenho que estão acostumados a ter na seleção nacional”.

    Da “geração dourada”, a mais vencedora da história da seleção chilena, alguns jogadores já até se aposentaram, mas a maioria continua representando o país, como Claudio Bravo (de 38 anos), Arturo Vidal (de 34), Gary Medel (de 34), Mauricio Isla (de 33), Alexis Sanchez (de 32), Charles Aránguiz (de 32) e Eduardo Vargas (de 31). Desses, cinco são os atletas que mais atuaram pela seleção chilena na história (Sánchez, Medel, Bravo, Isla e Vidal).

    A dor de cabeça para o torcedor chileno só tem aumentado. O atacante Eduardo Vargas, do Atlético-MG, e o lateral-esquerdo Eugenio Mena, ex-São Paulo e Santos, ficaram fora da lista de convocados desta vez por estarem machucados. O zagueiro Francisco Sierralta e o meio-campista Charles Aránguiz, ex-Internacional, estão com problemas físicos e são dúvidas para enfrentar o Peru, nesta quinta-feira, dia 7, fora de casa.

    Depois de encarar a seleção peruana, o Chile tem pela frente Paraguai e Venezuela, ambos em casa. Teoricamente os oponentes não são melhores do que o Chile. O time está animado com a possibilidade de somar nove pontos. A federação de futebol do país cogita baixar os preços dos ingressos e tenta negociar com as autoridades locais o aumento de público no estádio: de 25%, como foi na partida contra o Brasil, para 50% a 70%. O pedido ainda não foi atendido.

    A campanha do Chile só é melhor do que a da Bolívia e Venezuela. Na disputa na América do Sul tem o Brasil como líder invicto após oito partidas. O jogo entre a seleção de Tite e a Argentina foi interrompido e ainda sem definição da Fifa e Conmebol. O time de Messi tinha quatro jogadores que não cumpriram quarentena no Brasil. O continente leva quatro países para a Copa do Catar, e uma quinta seleção joga repescagem.

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