O Ministério da Saúde recomenda que Estados e municípios priorizem a vacinação de crianças de 3 e 4 anos imunocomprometidas contra a covid-19 antes de distribuir o imunizante para todos os que se encontram na faixa etária. A orientação foi dada por meio de uma nota técnica publicada pela pasta na tarde desta terça-feira, 19.
No documento, o ministério admite que o estoque da Coronavac no País está baixo, e que, por esse motivo, a pasta está em negociação com o Instituto Butantan – produtor da vacina no Brasil – e com o Consórcio Covax Facility para a aquisição de mais imunizantes para o Brasil. O Covax Facility é uma aliança internacional feita entre países para assegurar a distribuição de vacinas contra a covid-19 para todas as nações do mundo.
“Tendo em vista a aprovação pela Anvisa da vacina Coronavac para o público infantil de 3 a 5 anos de idade e atualmente, as quantidades limitadas dos estoques deste imunobiológico nos Estados e municípios, fica orientado o início da vacinação de forma gradual para todas as crianças imunocomprometidas de 3 e 4 anos de idade, seguida pelas faixas etárias de 4 e depois 3 anos de idade”, disse o ministério na conclusão da nota técnica.
De acordo com a pasta, os Estados que tiverem o imunizante disponível nos estoques já podem iniciar a vacinação do público infantil, desde que respeitem a sequência recomendada. E para priorizar o público recém elegível, o Ministério da Saúde também orientou que a imunização de crianças a partir de 5 anos seja feita, a partir de agora, com a vacina da Pfizer.
“Neste momento, as crianças a partir de 5 anos de idade deverão ser vacinadas com a vacina Pfizer, nos esquemas já recomendados”, escreveu a pasta. “O Ministério da Saúde está em tratativas junto ao Instituto Butantan e ao Consórcio Covax, para aquisição de quantitativo de vacinas Coronavac para atendimento da estimativa de crianças de 3 e 4 anos”, completou.
A cidade do Rio de Janeiro começou a vacinação das crianças na semana passada, e São Paulo anunciou que iniciará o processo de imunização na capital paulista nesta quarta-feira, 20, priorizando crianças indígenas, com comorbidade e deficiência permanente. A falta do imunizante nos estoques, porém, tem impedido o avanço da vacinação em outras capitais e municípios do País, conforme informou o Estadão.
Da mesma maneira como tem sido administrada para os adultos, as doses da Coronavac para as crianças de 3 e 4 anos também devem ser distribuídas no intervalo de 28 dias. Por essa razão, o Ministério destacou que a gestão das vacinas disponíveis deve ser feita de modo a garantir a imunização completa do público. Isto é, assegurar que as crianças que tomarem a primeira dose tenham a segunda aplicação garantida.
“Orienta-se que Estados e municípios façam a gestão dos quantitativos disponíveis dessa vacina em seus estoques, com o intuito de garantir a segunda dose com o intervalo de 28 dias, até que os estoques sejam restabelecidos pelo Ministério da Saúde”, frisou a pasta, também na conclusão da nota técnica.