• Com discurso anti-imigração, direita radical pode vencer eleição na Holanda

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  • 22/11/2023 20:46
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    O líder da direita radical holandesa Geert Wilders venceu as eleições legislativas, aponta a pesquisa boca de urna divulgada nesta quarta-feira, 22. O partido de Wilder, com uma agenda anti-imigração e contra a permanência dos Países Baixos na União Europeia, deve ter primazia para negociar uma coalizão de governo nos próximos dias.

    Segundo as pesquisas, o Partido Pela Liberdade de Wilders teria 35 assentos o Parlamento – o dobro do que conquistou na última eleição. A aliança de esquerda liderada por Frans Timmermans estaria em segundo lugar, com 26 parlamentares eleitos.

    “Os eleitores disseram ‘estamos fartos disto. Enjoados'”, disse Wilders. Contudo, apesar da expectativa de vitória, ainda não está claro se ele vai conseguir o apoio necessário para viabilizar um governo e se tornar primeiro-ministro. Os líderes de três grandes partidos já disseram que não entrariam em uma coalizão com Partido Pela Liberdade.

    Se consolidada, a sua vitória representa uma guinada na Holanda. E todo continente observa atento a possibilidade já que Geert Wilders propõe um referendo sobre a permanência do país na União Europeia. Seria o “Nexit”, uma referência ao Brexit do Reino Unido, mas com “N” de Netherlands.

    O político de 60 anos construiu a sua carreira com o discurso contra o que chama de “invasão islâmica” no Ocidente. Ele sugere que, no eventual governo, pode proibir o uso do véu islâmico em prédios públicos, fechar a representação diplomática em Ramallah, na Cisjordânia, e transferir a embaixada de Israel para Jerusalém.

    Mesmo com o esforço recente de tentar suavizar a imagem, o plano para o governo também inclui medidas anti-imigração, como fechamento de fronteiras e deportação de imigrantes ilegais.

    A eleição foi antecipada pelo colapso do governo liderado Mark Rutte, que não conseguiu chegar a um acordo sobre o pacote de medidas para lidar com a crise migratória. Depois de convocar a eleição, o conservador Rutte decidiu deixar a carreira política, depois de 13 anos no poder. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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