• Com chuva, ônibus não sobe rua do Valparaíso

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  • 25/10/2017 10:45

    Moradores da Rua Angélica Lopes de Castro, no Valparaíso, já não sabem mais o que fazer para ter garantido, independente de sol ou de chuva, o direito ao transporte público. Isso porque quase sempre que chove, o ônibus que atende à comunidade não segue até o ponto final e eles têm que enfrentar a pé os 300 metros finais da ladeira no fim da rua. O problema, segundo funcionários, é que a pista escorregadia e muito sinuosa deixa a operação muito arriscada e, por segurança, a orientação é ir apenas até o trecho onde há condições de tráfego seguro. Na última segunda-feira, a situação se repetiu. 

    O coletivo que atende à linha 206 – Valparaíso – manobrou no antigo ponto final, num largo da Rua Eugênio Barcellos. Por conta disso, uma idosa de 72 anos teve que subir a ladeira a pé. “A senhora que estava no ônibus teve que subir a pé. Estava chovendo, descendo água pela lateral da rua, e ela no meio da rua, a pé. Ela podia ter escorregado e até caído. É um perigo danado”, lamentou a estudante Mariana Souza.

    A técnica em segurança do trabalho Catarina de Assis, que também mora na comunidade, passou pela mesma situação. “Vejo idosos e crianças subindo essa rampa molhada debaixo de chuva, geralmente pelo meio da rua e fico muito nervosa. A ladeira é íngreme demais e há muitas curvas. Sempre tem carro subindo ou descendo e muitos deles andam rapidamente e não esperam encontrar uma pessoa no meio da rua. Se você sobe pela lateral, tem que remar contra a correnteza que desce lá de cima”, contou, referindo-se à água da chuva que escorrem pelas margens da rua.

    A aposentada Dolores Felizardo, de 67 anos, já sabe: em dias de chuva só dá para subir de táxi. “Começou a chover então eu já ligo para o táxi quando estou no Centro, para voltar para casa, porque eu sei que, se depender do ônibus eu fico no caminho. É rotina já. Aqui no bairro a gente já até sabe. O problema é quando a chuva pega a gente de surpresa”, reclamou.

    Quem dirige diz que o tipo de asfalto usado no trecho e a inclinação da rua fazem o trânsito de veículos mais pesados quase inviável. “Subir esse morro exige muita perícia do condutor. É preciso entrar numa velocidade em que você não precise reduzir muito nem acelerar mais. Se entrar em velocidade, desliza. Se for devagar vai ter que pisar mais fundo e aí desliza também. É complicado. Deveria haver uma alternativa”, disse o motorista de táxi Gabriel Zamboni. Uma sugestão dos moradores é o uso de um microônibus. “Se sobe van, sobe micro- ônibus também. Por que a empresa não coloca um carro menor? Deixar a gente sem ônibus é muito fácil”, criticou Amarildo Fonseca, que também mora no bairro.

    Por meio do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Petrópolis (Setranspetro), a empresa Petro Ita informou que não tem como assumir a responsabilidade e garantir a segurança no trecho, que é íngreme e muito sinuoso. 



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