• Com aumento de casos de abandono, Dog’s Heaven fecha as portas para novos animais por superlotação

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  • 13/08/2022 05:00
    Por Helen Salgado

    A situação dos animais em Petrópolis está cada dia pior e quem pode falar disso com propriedade são as ONGs e protetores da causa animal que, diariamente, lutam para levar mais dignidade aos animais. Nesta quinta-feira (11), a Dog’s Heaven, entidade filantrópica que cuida de animais abandonados, informou que não pode resgatar e receber animais por superlotação.

    Atualmente, a Dog’s Heaven abriga cerca 350 animais. Márcia Coelho, voluntária da entidade, diz que a causa animal nunca viveu essa situação em Petrópolis. Somente em um dia, a voluntária contabilizou 36 pedidos de ajuda para filhotes e quatro cadelas grávidas que foram encontradas andando pela cidade. Além desses, Márcia recebeu inúmeros pedidos de socorro de tutores que mantêm os animais em casas condenadas ou em lares temporários.

    “São anos de descaso, falar de conscientização, da importância da castração e projetos de castrações nos bairros que, somados a dois anos de pandemia e duas tragédias, gerou uma cidade cheia de animais perdidos, perambulando pelas ruas. A Prefeitura não se posiciona, temos uma COBEA engessada pois não lhes dão ferramentas para poder atuar, uma cidade cuja base da economia é o turismo”, desabafa Márcia.

    Todos os animais acolhidos na Dog’s Heaven recebem alimentação, assistência veterinária e muito carinho. Para conseguir manter os animais que já estão no canil, a ONG está criando uma campanha para arrecadação de doações através da captação de associados e de adotantes de baias. No entanto, Márcia ressalta que é desesperador ver a falta de políticas públicas para a causa animal e de consciência da importância da castração, que deveria ser ensinada nas escolas em uma matéria relacionada a cuidar do meio ambiente.

    “Temos um castramóvel apodrecendo em algum local. Por que a Prefeitura não o equipou e contratou equipe para estar atuando nos bairros? E os protetores independentes que atuam em seus bairros que já estão lotados com animais? E os cães deixados por suas famílias em casas ainda condenadas ou nas ruas porque não conseguiram aluguel social que aceite cães?  Existe uma COBEA com bons profissionais, mas sem ferramentas, poder e apoio policial na cidade. Cadê a lei sendo cumprida? Abandono é crime!”, lembra a voluntária.

    Carla Maduro, da ONG Irmão Animal, cuida diretamente de 15 animais e voluntariamente de outros 12. A organização acolhe animais idosos e deficientes em lares temporários de voluntários. Além destes, há animais na residência da ONG e em comunidades específicas. A ONG ajuda com castração periódica tratamento e adoções. “Com nosso apoio ajudamos no restabelecimento de animais com esporotricose ou que necessitam de cuidado específico, como a cadelinha que ajudamos com cirurgia na semana passada”, conta Carla.

    A instituição hoje auxilia os animais necessitados fazendo a ponte com clínicas veterinárias conseguindo consultas gratuitas e desconto em casos de cirurgia. Além disso, a ONG Irmão Animal também ajuda com castrações porque possuem cota através do RJPet e divulgam animais para adoção. Infelizmente, hoje, as doações estão cada vez mais escassas e o que já falta para a ONG é a ração, que é o básico.

    Questionada pela Tribuna, a Secretaria de Saúde informou que as castrações são realizadas nos territórios de maior vulnerabilidade social e onde é identificado o maior número de animais não castrados. Esse levantamento é realizado durante as Campanhas de Vacinação Antirrábica Animal. A última campanha de castração aconteceu no mês de julho e outra está sendo programa e será realizada ainda neste ano. A Secretaria está se organizando para promover, a partir de 2023, quatro campanhas anuais. Além das castrações, por meio da Coordenadoria de Bem-estar Animal, semanalmente são realizadas campanhas de adoção responsável de cães e gatos.

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