• Com a alta no preço do algodão, empresários buscam alternativas para não encarecer produtos

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  • 03/07/2022 10:51
    Por Helen Salgado

    Os empresários e consumidores do setor de vestuário ainda estão sentindo os reflexos da pandemia. Exemplo disso, é a alta no preço dos insumos, o algodão aumentou em 150% nos últimos dois anos, devido a queda na produção durante a pandemia. Em Petrópolis, os fabricantes estão buscando outras alternativas para tentar suavizar o repasse do valor do produto final aos clientes.

    Sérgio G-tão, fabricante e proprietário de uma loja de roupas femininas em Petrópolis, já sentiu o aumento. “O preço do algodão nos últimos anos subiu muita coisa. Não sei o motivo se é muita demanda, falta na produção ou se é exportação, mas realmente o algodão em si aumentou demais”, afirma.

    Uma pesquisa da Sondagem Industrial Especial, divulgada pela Firjan, destaca que 73,3% das indústrias fluminenses entrevistadas afirmam que em março o aumento do custo dos insumos e matérias-primas nacionais foi acima das suas expectativas. A Firjan aponta ainda que 37,4% dos industriais ouvidos na pesquisa também indicam que aumentou acima das suas expectativas a dificuldade para aquisição dos materiais dentro do prazo esperado.

    Além do preço elevado, os fabricantes também estão com dificuldade de encontrar material para poder fabricar as peças do inverno. “O que está falando muito no mercado é o fio de tricot para fazer as roupas de inverno. Um fio que estava na casa dos R$50, já está na casa dos R$80 e não tem no mercado, está difícil conseguir arrumar. Até consegue, mas com dificuldade e pagando muito caro”, conta Sérgio.

    Os consumidores já sentem a diferença no valor quando vão adquirir as peças de inverno, Sérgio explica que tenta, de toda forma, “segurar” para não repassar o valor para o cliente, mas afirma que está difícil. “O cliente sente o aumento porque é inevitável não repassar os preços, os fios estão mais caros, luz e insumos. Tudo está caro. A roupa de inverno já é uma roupa mais cara, isso sempre foi, mas esse ano está bem mais por conta dessa situação”, diz.

    Na entrevista feita pela Firjan passaram 345 indústrias do estado do Rio. Entre aquelas que utilizam insumos e matérias-primas importados, 60,8% declaram que o aumento desses custos superou suas expectativas e 45,2% dizem que sentiram aumento na dificuldade de conseguir os materiais dentro do prazo.

    De acordo com a Sondagem Industrial feita com os empresários industriais da Região Serrana, no 1º trimestre de 2022, apesar do aumento no preço da matéria-prima, as indústrias se mostram otimistas, com expectativas de crescimento para a demanda por produtos, compras de matéria-prima, número de empregados e exportações devido ao volume de produção da região. 

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