• Coletivo Skate Petrópolis aponta melhorias que podem ser feitas para a prática do esporte na cidade

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  • 02/01/2023 08:53
    Por Enzo Gabriel

    O skate é um dos esportes que mais cresceu nos últimos anos no mundo, sendo muito praticado em grandes capitais por todo o planeta. No Brasil, a adesão também é grande, em um fenômeno anterior à Rayssa Leal, com grandes campeões mundiais brasileiros, como Bob Burnquist e Carlos Piolho, além de diversos outros que vieram depois, até o esporte se tornar modalidade olímpica. Em Petrópolis, vários skatistas praticam o esporte, mas o incentivo ainda é pouco.

    Miguel Gutiérrez, líder do coletivo Skate Petrópolis, aponta como é a prática do esporte na cidade: “Infelizmente, não temos as condições ideais, mas as adversidades fazem com que quem aceita o desafio consiga se sobrepor às dificuldades. Aqui, nos espaços públicos abertos chove muito e ainda há a questão do abandono das pistas de skate do município. Existem três pistas: a do Centro, a do parque de Itaipava e a da Posse, e todas estão abandonadas, sem reparos e reforma”.

    “No Centro, são condições caóticas. Em algum momento, taparam um buraco que tinha em uma rampa onde moradores em situação de rua usavam como casa. A pista do Centro nem é mais tão utilizada pelos skatistas como um lugar apropriado, por questão da falta de iluminação e segurança. As pessoas preferem andar de skate em frente a Câmara Municipal, por ter um solo bom, uma boa segurança, fazendo com que o local se tornasse um lugar sagrado para o skate na cidade. Em Itaipava, a execução foi muito mal feita, com problemas na entrega da obra, parecendo feito às pressas. O coletivo entrou na época com um pedido para que a garantia da obra fosse usada e a pista refeita, mas não foi atendido. A pista, atualmente, está inutilizável e abandonada”, conta Miguel sobre as principais pistas da cidade.

    Segundo o coletivo, nos últimos cinco anos, eles passaram a ser mais atuantes e ter mais contato com secretários de esporte, com as demandas sendo ouvidas. No entanto, pouca coisa foi feita. Atualmente, eles afirmam que tem pouca entrada na Prefeitura.

    O líder do coletivo finaliza falando sobre a visão que os petropolitanos têm do esporte:

    “De uma maneira geral, em Petrópolis, as pessoas têm uma visão retrógrada do esporte, sendo que é uma prática que pode oferecer maior qualidade de vida, mas ainda somos vistos como marginais. O poder público também não entendeu o instrumento que o skate pode ser como forma de inclusão social. Poderíamos ter oficinas nas comunidades, mas o maior foco é em vôlei, futebol e futebol de botão. Nada é investido em skate, sendo que temos atletas excelentes na cidade”.

    Miguel Gutiérrez, de 40 anos, além de líder do coletivo Skate Petrópolis é professor de sociologia, atual campeão estadual de Street Skate 2022, 4º lugar no Brasileiro de Street 2022, presidente do conselho fiscal da Federação de Associações de Skateboard do Estado do Rio de Janeiro (Faserj) e Locutor Oficial da Confederação Brasileira de Skate (CBSK).

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