• CNJ endurece concurso para juízes; saiba o que muda

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 15/11/2023 16:52
    Por Rayssa Motta / Estadão

    O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou por unanimidade nesta terça-feira, 15, o Exame Nacional da Magistratura. A aprovação na prova será requisito para quem quiser prestar concurso para juiz.

    O exame vai funcionar como uma etapa prévia de habilitação dos candidatos. Só poderá se inscrever nos processos seletivos para juiz quem for aprovado no teste. A prova terá 50 questões objetivas para medir raciocínio, capacidade de resolução de problemas e “vocação para a magistratura”.

    A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) vai conduzir o exame. Os tribunais continuam com autonomia para organizar seus concursos. A ideia é que o “provão” seja aplicado pelo menos uma vez por ano, simultaneamente em todas as capitais e no Distrito Federal.

    A aprovação fica válida por dois anos. O candidato pode usar o comprovante para participar dos concursos que quiser nesse período.

    Como vai funcionar a prova?

    50 questões objetivas sobre direito constitucional, administrativo, civil, empresarial, penal e processual civil, direitos humanos e noções gerais de direito e formação humanística;

    Perguntas para medir raciocínio, capacidade de resolução de problemas e vocação para a magistratura;

    Caráter eliminatório, ou seja, quem for reprovado não pode prestar concurso;

    Os candidatos precisam acertar 70% da prova. No caso de candidatos autodeclarados negros ou indígenas, são exigidos pelo menos 50% de acertos;

    A nota não é levada em consideração. O exame considera apenas a aprovação ou reprovação;

    Aprovação válida por dois anos. O candidato pode usar o comprovante para disputar os concursos que quiser nesse período.

    O Exame Nacional da Magistratura é uma bandeira de longa data do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ, que vê na prova um caminho para aumentar a blindagem aos processos seletivos contra tentativas de interferência e favorecimento e para valorizar a “vocação” para a carreira.

    “Vamos uniformizar o nível de conhecimento dos magistrados, vamos aferir melhor as vocações e eliminar quaisquer insinuações de favorecimentos que, justa ou injustamente, apareciam aqui e ali”, afirmou Barroso.

    A nova resolução não se aplica aos concursos com editais já publicados. Novos editais não podem ser abertos até a regulamentação do exame, o que não tem data prevista para acontecer, mas segundo o CNJ “deve ocorrer em breve”.

    Últimas