• CNI: Mais de 70% das indústrias têm dificuldades em obter insumo e matéria-prima

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  • 09/04/2021 09:02
    Por Eduardo Rodrigues / Estadão

    As fábricas brasileiras continuam com dificuldades na aquisição de matérias-primas para sustentar a retomada da produção. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria, mais de 70% das firmas do setor seguem com problemas para conseguir insumos no mercado e a maior parte delas só espera uma melhora no segundo semestre deste ano.

    Como mostrou o Estadão/Broadcast em outubro, a indústria brasileira já enfrentava esse gargalo desde o terceiro trimestre do ano passado. Pouco mudou desde então. O porcentual de fábricas da indústria geral com problemas na aquisição de matérias-primas passou de 75% para 73%. Na indústria da construção, a parcela se manteve em 72%.

    A crise da falta de insumos é independente do preço desses materiais. De acordo com a CNI, 65% das fábricas da indústria geral que usam matérias-primas importadas não conseguem tudo o que necessitam, mesmo pagando mais caro. Na indústria da construção, esse porcentual é de 79% dentre aquelas que trazem insumos do exterior.

    A CNI destaca que as expectativas de normalização das cadeias produtivas nacionais foram frustradas. Em novembro do ano passado, 51% das empresas da indústria geral e 49% das firmas da indústria da construção esperavam o retorno ao normal no fornecimento de insumos já no primeiro trimestre de 2021.

    Agora, 37% da indústria geral espera uma melhora no segundo trimestre e outros 33% já mudaram suas expectativas para o terceiro trimestre do ano. Na indústria da construção, esses porcentuais são de 33% e 38%, respectivamente. Para 14% da indústria geral e 5% da indústria da construção, a normalização só virá em 2022.

    Apesar dos problemas nas compras de insumos se manterem, a parcela de indústrias com dificuldades em atender a quantidade de encomendas dos clientes diminuiu. Na indústria geral, o porcentual passou de 54% para 45%. Já na indústria da construção, apenas oscilou de 31% para 30%.

    “Essa desestruturação das cadeias produtivas ainda é resultado das enormes incertezas que a economia atravessou na primeira onda. A compra de insumos pelas empresas foi cancelada e os estoques foram reduzidos, um movimento que atingiu praticamente todas as empresas das cadeias de produção A rápida retomada da economia no segundo semestre de 2020 não foi acompanhada no mesmo ritmo por todas as empresas, o que gerou dificuldades nos diversos elos da cadeia”, avaliou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

    A pesquisa da entidade ouviu 1.782 empresas da indústria geral e 436 companhias da indústria da construção.

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