• CNI fala em motivação e ‘expectativa de solução racional’ com avanço em entendimentos em MP

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  • 10/jun 16:28
    Por Amanda Pupo / Estadão

    Depois de o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, divulgar uma nota dura e interromper viagem à China com o governo para tentar reverter a medida provisória do crédito de PIS/Cofins, a entidade publicou nesta segunda-feira, 10, um novo comunicado sobre o assunto em tom mais apaziguador. A CNI afirma que, desde a última sexta-feira, 7, tem avançado em diversos entendimentos sobre a proposta, que deixaram a entidade “motivada e na expectativa de encontrar uma solução racional e pró atividade econômica”.

    A confederação também prevê uma reunião nesta terça-feira, 11, em Brasília com diversos representantes dos setores produtivos para debater o assunto.

    “Em seguida, faremos um bom e construtivo diálogo com o Senado Federal e com a Câmara dos Deputados. Simplesmente queremos o melhor para o nosso Brasil. E o melhor para o Brasil é o crescimento das atividades produtivas de forma sustentável e sinérgica com toda a sociedade”, diz a CNI.

    Segundo a entidade, já foram feitas algumas reuniões envolvendo o governo e os diversos setores produtivos para “melhor compreensão” dos efeitos da MP 1.227 sobre a atividade econômica, de forma a mitigar “possíveis entendimentos equivocados”.

    “Sempre dentro do princípio de buscar efetividade nas entregas, e menos protagonismo midiático, isso tem nos permitido evoluir em possíveis entendimentos. Acredito que estamos construindo um caminho para uma boa convergência”, afirma a nota.

    Embora não tenha assinatura do presidente da CNI, há trechos escritos em primeira pessoa, em que o texto diz crer estar se obtendo consenso de que foi atingido o limite na carga tributária.

    “Precisamos construir, em conjunto, outros caminhos para o equilíbrio fiscal e, consequentemente, o melhor para o crescimento econômico. E nesses caminhos temos muitas opções, como o controle dos gastos públicos em geral, combate a toda economia ‘marginal’, justiça tributária, segurança jurídica, racionalidade das despesas obrigatórias do orçamento público, compreensão do setor financeiro de que as atividades econômicas devem ser o ‘norte’ básico da intermediação financeira, entre outros”, aponta a entidade.

    A CNI defende ainda que nem o setor público, nem a sociedade civil e “muito menos o setor financeiro” podem não estar alinhados e não serem “cúmplices” de todo o setor produtivo.

    “Creio que podemos iniciar uma honesta e efetiva discussão do que queremos para o nosso futuro e do nosso Brasil. Definitivamente, não existe mais espaço para ônus sobre o setor produtivo e todos, digo todos mesmo, precisam dar a sua contribuição. Somos e sempre seremos a ‘alavanca’ do crescimento econômico e, consequentemente, do desenvolvimento social sustentável e contínuo do País. E, para tanto, todos os atores econômicos são igualmente importantes”, conclui o documento.

    No período da manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse querer aproveitar a semana para explicar e esclarecer os efeitos da MP. Ele afirmou também que, desde sexta, já tem conversado com alguns líderes empresariais e que a pasta está preparando um material para apresentar em reuniões com lideranças do setor produtivo, sobretudo das confederações setoriais.

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