• Cirurgia para casos de perda auditiva acontece pela primeira vez na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro

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  • A cirurgia chamada Bonebridge acontece no Hospital Santa Teresa, no Bingen

    05/07/2023 09:42
    Por Helen Salgado

    No próximo sábado (8), o médico otorrinolaringologista e especialista em cirurgias de ouvido e surdez, dr. Denis Rangel, lidera a cirurgia Bonebridge realizada pela primeira vez na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se da implantação de uma prótese ancorada ao osso ativa que permite o tratamento de casos de surdez profunda unilateral e outros tipos de surdez. A operação acontece no Hospital Santa Teresa, no Bingen.

    O médico explica que o Bonebridge tem uma grande característica por ser uma prótese ativa. Sendo assim, tem uma efetividade na reabilitação auditiva em comparação com outras próteses. Ele diz também que essa é uma cirurgia invasiva e que o paciente precisa ser admitido a uma anestesia geral.

    “A ideia dessa prótese é justamente ancorar no osso do ouvido, o osso temporal, e dessa forma, conseguir captar o som e fazer uma vibração óssea de tal maneira que a gente consegue fazer que o som chegue até a cóclea. Dessa forma, a gente consegue ultrapassar, basicamente, aquelas estruturas que estão lesadas, seja o canal auditivo, o tímpano ou os pequenos ossinhos do ouvido, que são três, e conseguimos fazer com que essa informação chegue até a cóclea”, explica.

    Além disso, o dr. Denis também ressalta que é possível tratar surdez profunda unilateral através dessa cirurgia. “A gente consegue fazer com que o som, de maneira adequada, chegue até o ouvido bom e com que o paciente tenha localização de fonte sonora porque a gente sabe que os pacientes que têm uma perda auditiva de um lado têm como uma grande dificuldade, a localização do som e a perseguição do som, especialmente em ambientes mais barulhentos”, afirma.

    Recuperação pós cirurgia

    De maneira geral, dr. Denis diz que a recuperação é tranquila para os pacientes, apesar da anestesia geral. Normalmente, os pacientes têm alta seis ou oito horas após a cirurgia.

    Segundo o médico, o grande detalhe é que a ativação da prótese acontece 30 dias após a operação. Esse tempo é necessário para diminuir o inchaço e o edema ao redor da pele.

    Indicações da cirurgia

    A cirurgia Bonebridge é indicada para causo de traumas, seja acidentes automobilísticos ou cranioencefálicos. O médico ressalta que é possível ter várias lesões no ouvido, como luxações, otites, perfurações do tímpanos, que podem gerar perda auditiva, que é chamada de condutiva. Na cirurgia, o dr. Denis explica que o som pode ser conduzido de forma adequada desde o canal auditivo até chegar a cóclea. Além disso, existem alguns pacientes que, especialmente, após acidentes automobilísticos, desenvolvem surdez profunda e o Bonebridge é uma ótima opção.

    O médico ressalta ainda que o Bonebridge é também indicado para os pacientes com má formação da orelha e pode ser feito em crianças.

    Bonebridge ainda não é oferecido pelo SUS

    De acordo com dr. Denis, o Bonebridge ainda não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, de forma gratuita, os pacientes podem ter acesso a cirurgias semelhantes de próteses ancoradas pelo osso ou osteo ancoradas, mas que podem ter algumas complicações associadas a elas, que não são presenciadas em cirurgias de prótese ativa, como o Bonebridge, mas ele explica que elas também são eficientes na reabilitação auditiva e perfis específicos de pacientes.

    Atualmente, no Rio de Janeiro, o único local que faz cirurgias de recuperação auditiva com prótese ancorada ao osso é o Hospital do Fundão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).

    “Esperamos daqui a poucos anos, na verdade, que tenhamos disponibilidade de mais próteses ancoradas ao osso pelo SUS. Com isso, a gente conseguir ajudar um perfil ainda maior de pacientes e consegue oferecer próteses com uma reabilitação auditiva melhores para os nossos pacientes também do SUS”, finaliza.

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