Cinomose: aumento do número de casos preocupa veterinários
Muito comum nos meses mais frios, a cinomose está sendo cada vez mais registrada também nos demais meses do ano na cidade. A doença infecto-contagiosa afeta várias espécies de carnívoros na zona urbana, principalmente cães e ferrets. É causada por um vírus do tipo RNA envelopado, do gênero Morbillivirus e da família Paramyxoviridae. Na cidade, o número de casos registrados no último mês está chamando a atenção dos veterinários para uma possível epidemia.
Junto com a parvovirose, a cinomose é uma das doenças que mais leva a óbito cães da nossa cidade. Pode acometer animais de todas as idades, mas, especialmente, cães com até seis meses de vida. Estes representam 47% dos casos. Animais mais idosos também estão mais suscetíveis.
Há quem diga que o vírus é altamente resistente no ambiente, mas essa informação não procede. Ele é facilmente eliminado. Em poucas horas morre, com a utilização de desinfetantes ou cloro. É importante lembrar, no entanto, que a transmissão do vírus se dá pelas vias oral e nasal, ou seja, através de secreções (nasal, oral e da urina) de cães contaminados. Esta, sim, é a principal via de contaminação aos cães sadios.
Nestas secreções, o vírus é altamente contagioso, e cães saudáveis que entram em contato com cães infectados têm grande probabilidade de adquirir a doença, quando não foram vacinados adequadamente. Os seres humanos também podem transmitir o vírus por meio de roupas e objetos até um animal sadio. Outra forma comum de contaminação é por meio de potes de alimentação e água, caixas para transporte ou brinquedos usados por um cachorro doente.
Incubação
Após a transmissão, o vírus tem uma fase de replicação onde o cão não apresenta sintomas, que vai até o décimo dia. Então o vírus migra através do sangue para o sistema linfático, onde faz nova replicação e então novamente cai na corrente sanguínea e ataca vários órgãos, causando sintomas respiratórios graves por associação com bactérias patogênicas. Quando chega ao sistema nervoso central, leva a um grave quadro neurológico que pode deixar graves sequelas e até levar o animal a óbito.
O período de incubação é de até quinze dias, quando então o animal apresenta os primeiros sintomas. Nesse período, pode transmitir a doença a outros cães. Por isso a importância da quarentena de animais que não são vacinados, antes de os reunir a outros animais.
Ainda não existe um medicamento específico para o tratamento da cinomose, mas os veterinários vem atuando de forma a tratar os sintomas. A prevenção é a principal aliada contra esta grave enfermidade.
Vacina
Filhotes devem receber doses da vacina polivalente a partir de 45 dias, seguindo protocolo a critério do médico veterinário. Depois, a vacina precisa ser reforçada anualmente, a fim de manter o animal protegido.
É importante frisar que, mesmo vacinado, o cão ainda tem o risco de contrair a doença em função da alta infectividade do vírus, portanto cães saudáveis jamais devem ser mantidos juntos de cães doentes.
Cinomose tem cura?
A cinomose tem cura. Como toda doença viral, depende muito do sistema imunológico do animal para debelar a doença. A observação do cão pode fazer toda a diferença para que ele seja diagnosticado a tempo de ser salvo.
O que observar?
Diarreia que pode cessar espontaneamente
Secreção ocular e nasal de cor amarelo esverdeada
Febre
Inapetência
Tristeza
Desânimo
Espasmos musculares involuntários
Perda da coordenação motora
Convulsões
Depoimento:
Eu nunca tinha ouvido falar em cinomose até o dia em que peguei uma cadelinha com apenas 3 meses e ela começar a mancar. Levei ao veterinário e o diagnóstico foi cinomose. Sim, minha filha estava doente.
Começamos o tratamento, mas ela piorou. Só depois de quatro dias ela teve uma melhora. Dois dias depois, ela estava em casa, se recuperando.
Hoje ela tem uma vida normal. Está bem e curada. Valeu a pena lutar por ela”.
Alexandra dos Santos, dona de Suzy