Cidades serão obrigadas a mapear áreas de risco; Petrópolis não concluiu estudo
Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei prevendo que os municípios façam obrigatoriamente uma avaliação periódica de suas zonas de risco de deslizamento e alagamento. O objetivo é que, sabendo onde podem ocorrer desastres, os municípios criem medidas de prevenção e de planejamento urbano. Além das perdas de vidas, um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios mostra que, só nos primeiros meses deste ano, o Brasil teve mais de R$ 32 bilhões em prejuízos causados por desastres naturais.
Temos, mas não atualizou
Petrópolis teve seu primeiro Plano Municipal de Redução de Riscos em 2009, mas o documento focava apenas no primeiro distrito, mostrando que 10 mil casas estavam em locais perigosos. Quase 10 anos depois do primeiro estudo, em 2017, o novo mapa, realizado em toda a cidade, teve um resultado ainda mais assustador: 27.704 casas em 234 áreas de risco, cerca de 47 mil pessoas vivendo nessas condições (mas, segundo o governo federal, seriam 72.070). Eis que, em fevereiro de 2022, a justiça determinou que a prefeitura promovesse a revisão deste plano. A providência só foi tomada em março do ano passado, com licitação sendo aberta, contrato assinado em maio e início dos trabalhos em agosto, com previsão de conclusão em seis meses. Já se passaram 13 meses. Ou seja, já podíamos estar cumprindo esse protocolo que deve se tornar lei. Mesmo porque a cidade precisa. Fazemos questão de lembrar porque começamos a contagem regressiva para o verão.
Reforço
Temos observado um reforço considerável no orçamento da cidade por conta de repasses federais, com mais ênfase na saúde e educação. O último, de R$ 23 milhões, acaba de entrar nas contas da prefeitura, vindo da União, verbas destinadas à atenção especializada.
Adesivos
Um Partisans que esteve recentemente no Rio notou: lá tem muito menos adesivos com propaganda de candidatos em carros do que aqui. De fato, as ruas de nossa cidade, que têm mais de 124 mil veículos de passeio, em dados deste ano, estão coalhadas de automóveis com os perfurados.
Memória curta
Em reportagem sobre a prevenção às chuvas, o prefeito Bomtempo disse que “em 2016, deixamos o governo com 45% do PAC Encostas concluído e a gestão seguinte fez apenas 5%”. Mas que memória curta! Dos R$ 60 milhões do governo federal para 14 obras até dezembro de 2016, apenas duas tinham sido concluídas.
Mais do mesmo
É impressionante que os prefeitáveis, em todas as entrevistas e sabatinas a que têm sido submetidos, quando questionados sobre soluções para a economia da cidade, citam turismo, eventos e moda. Não há menção a outros setores que podem e devem ser mais produtivos. E, mesmo que turismo e moda possam ser âncoras da economia, a prefeitura não faz um investimento significativo nesses setores.
Mesma tecla
Outra coisa que não tem como dar certo é as gestões investirem apenas em apoio a eventos como forma de incrementar a economia. Observem bem os exemplos das secretarias de desenvolvimento econômico nas últimas gestões, que focaram apenas nisso, em detrimento de soluções para comércio, indústria, tecnologia, ensino superior e tantas outras áreas.
Oooops!
A Tribuna, em sua série de reportagens com os prefeitáveis, os questionou esta semana sobre investimentos nos grandes eventos como Bauernfest e Natal Imperial (este último um fiasco em anos anteriores). Eis que Bomtempo disse que “a maior Bauernfest da história foi em 2024, com mais de 450 mil turistas”. Só que, em 2023, eles tinham falado que a Bauern bateu recorde de 520 mil pessoas… Será que encolheu? Quando se vitamina os números, é preciso anotar para não esquecer.
Engarrafando
Olha, o que tem de lorota sendo contada por alguns dos candidatos não tá no gibi. Dá pra engarrafar.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 134 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br