Cidadania sempre, desistir nunca

Não vejo nenhuma coisa sendo feita de maneira ordenada e sensata naquilo que compete para bem público da nossa cidade como o manejo das vias públicas, jardins e rios. Projetos são deixados à parte e mostram uma manutenção descuidada e sem carinho e tentando dizer que estão fazendo o melhor. Para dar alguns exemplos do que me refiro vejam abaixo:

Falta de retirada de ervas daninha das árvores de Petrópolis notadamente no Centro Histórico sem que seja feita poda predatória com aleijão permanente. Que na sua maioria das vezes foram executadas pela operadora de energia que tem o único propósito que é liberar fio de alta-tensão em detrimento da natureza que é o aspecto fundamental turístico da cidade de Petrópolis. Não se consegue tirar uma única foto de monumentos e árvores centenárias sem aparecer as centenas de fios pendurados, uma involução no século 21.

Lembro o fato de que uma comitiva japonesa teve que vir à Petrópolis em 1995 plantar 1000 cerejeiras ao longo do lago de Quitandinha e hoje há um total descaso em se limpar seus troncos e pelo contrário pode-se ver o desconhecimento no trato de jardinagem por pensarem que estas estão mortas no seu período de hibernação, por na apresentarem folhas e acabem negligenciando-as ou retirando-as dando como mortas;

Os rios que percorrem a cidade (Piabanha, Quitandinha, etc) estão abandonando assoreados, sujos, sem regras de ocupação. Estes rios na sua origem foram usados para embelezar e tiveram na época seu fluxo controlado com represas para propiciar o nivelamento do espelho d’água e embelezar. Infelizmente esta astúcia e sabedoria dos nossos colonos foram abandonados e hoje já se permite a construções sem respeitar o afastamento de sua margem, vide construção de condomínios em Samambaia;

Numa tentativa de suavizar alguns destes problemas como o da carência e falta de cuidado das árvores fizemos devido à ausência da administração pública e ao longo de dois anos em todos os finais de semana, o plantio de milhares de azaleias, jacarandás-mimosos, sibipirunas, acácias, ipês de várias cores, paus-brasil, paus-mulatos, mulungus e abundantes magnólias estas presentes na cidade desde idos de sua colonização. Tudo isto com custo próprio sem ônus para a Prefeitura, enfrentamos sol, chuva e frio neste plantio, mas as autoridades e os moradores não sabem valorizar nem as ruas e calçadas em frente a sua casa, como poderiam adotá-las e cuidá-las? As pessoas não se preocupam nem de colocar um copo de água em cada plantio. No Japão cada cidadão cuida de sua calçada e plantas da sua rua não por uma imposição, mas por cidadania e até conhecimento do bem que isto irá causar-lhes.

Com o intuito de ser produtivo e não de apenas um lamento neste desabafo, quero mostrar a todos não apenas o quanto não estão fazendo pela nossa cidade, mas muito mais o quanto podemos fazer se tivermos um olhar de colaboração e cidadania em cada um de nós. Podemos sair para a rua e ter um agir positivamente para tudo e pensar em como ajudar por exemplo: não jogando papel no chão, apanhando os que foram jogados “sem querer”, escrevendo ou ligando para os serviços de manutenção da cidade para reparo de calçamento quebrado, ruas como paralelepípedos soltando e vazamento de água, tudo isto na nossa rua de moradia. Se você ver algo errado, exerça sua cidadania. Não espere pelo fiscal da Prefeitura, ajude-os! Seja um deles! Cuide da cidade que te abraça!