• China quer reescrever regras da segurança internacional, diz Reino Unido

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  • 11/10/2022 18:38
    Por Associated Press / Estadão

    O chefe da agência de inteligência cibernética do Reino Unido (GCHQ, na sigla em inglês), Jeremy Fleming, acusou nesta terça-feira a China de tentar “reescrever as regras de segurança internacional”. Em um raro discurso público ao think tank do Royal United Services Institute, ele disse que as autoridades comunistas de Pequim querem “ganhar vantagem estratégica ao moldar o ecossistema tecnológico mundial”.

    “Quando se trata de tecnologia, as ações politicamente motivadas do Estado chinês são um problema cada vez mais urgente que temos de reconhecer e abordar”, disse Fleming. “Isto porque a definição de segurança nacional está mudando para um conceito muito mais amplo. A tecnologia tornou-se não só uma área de oportunidade, de competição e colaboração, mas também um campo de batalha de controle, de valores e de influência”, completa

    Fleming argumentou que o sistema de satélites BeiDou da China – uma alternativa à tecnologia de navegação GPS amplamente usada – poderia conter “uma poderosa capacidade anti-satélite, com a doutrina de negar a outras nações o acesso ao espaço em caso de conflito”.

    Ele pediu às empresas e pesquisadores ocidentais que endureçam as proteções à propriedade intelectual e que os países democráticos desenvolvam alternativas que possam impedir que os países em desenvolvimento “hipotequem o futuro comprando a visão chinesa para a tecnologia”.

    Por fim, Fleming também abordou a guerra na Ucrânia, dizendo que a Rússia está com falta de armas e que a “ação corajosa da Ucrânia no campo de batalha e no ciberespaço está virando a maré”.

    “As forças da Rússia estão esgotadas”, disse ele. “A utilização de prisioneiros para reforçar, e agora a mobilização de dezenas de milhares de recrutas inexperientes, fala de uma situação desesperada”.

    A GCHQ, formalmente conhecida como a Sede de Comunicações do Governo, é uma das três principais agências de inteligência britânicas, juntamente com o MI5 e o MI6. Fleming não revelou as fontes das suas informações sobre a China e a Rússia.

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