• China investiga se óleo de cozinha foi transportado em caminhões de combustível

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  • 11/jul 21:06
    Por Marcos Furtado / Estadão

    O governo da China disse na última quarta-feira, 9, que vai investigar as denúncias de que óleo de cozinha estaria sendo transportado em caminhões-tanque usados para carregar combustíveis, sem passar por um processo de higienização adequado. O caso veio à tona após reportagem do jornal chinês Beijing News.

    De acordo o jornal estatal, os veículos foram encontrados transportando óleo de cozinha e xarope, sem a descontaminação correta. Um motorista disse para o periódico chinês que a prática se tornou um “segredo aberto” na indústria.

    O governo chinês afirmou que os oficiais de segurança alimentar irão investigar as denúncias. “O departamento responsável vai realizar reuniões especiais para estudar e criar uma equipe de investigação conjunta a fim de investigar minuciosamente questões relacionadas ao transporte de óleo”, declarou o governo, em nota. “As empresas ilegais e os responsáveis serão severamente punidos de acordo com a lei”. O governo ainda prometeu publicar imediatamente qualquer descoberta de sua investigação.

    Na China, os caminhões-tanque não são limitados a nenhum tipo específico de mercadorias, por isso podem, em teoria, transportar produtos alimentares logo após o transporte de óleos à base de carvão, diz a BBC.

    As denúncias envolvem várias grandes empresas chinesas, como uma subsidiária da estatal Sinograin e o Hopefull Grain and Oil Group.

    A Sinograin disse que está investigando se as regulamentações de segurança alimentar estão sendo seguidas corretamente. De acordo com a empresa, os caminhões encontrados em violação das regras serão suspensos.

    Um representante da Hopefull Grain disse ao jornal controlado pelo governo, Global Times, que está realizando uma “auto-inspeção completa”.

    O caso é o mais recente golpe na credibilidade da capacidade do governo chinês de aplicar normas de segurança alimentar, destaca a BBC. Muitos internautas chineses utilizaram as redes sociais para comparar a situação com o escândalo do leite Sanlu, em 2008, no qual seis crianças morreram e cerca de 300 mil adoeceram após beber leite em pó contaminado com altos níveis de melamina.

    “Isso é muito pior do que o escândalo Sanlu, não pode ser resolvido apenas com uma declaração”, comentou um usuário do Weibo, espécie de X (ex-Twitter) chinês.

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