China diz que tensões diplomáticas com os EUA podem afetar cooperação climática
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertou o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, que uma deterioração nas relações entre os dois países poderia prejudicar a cooperação entre ambos em assuntos ligados à mudança climática.
Wang afirmou a Kerry, em uma reunião por vídeo realizada na quarta-feira, dia 1º, que a colaboração na pauta do clima não pode ser separada da relação diplomática ampla entre os dois países, e pediu aos Estados Unidos para que tomem medidas para a melhoria do relacionamento bilateral, de acordo com um comunicado oficial.
Kerry, que está na cidade chinesa de Tianjin para conversas sobre o clima com seus pares chineses, afirmou que os EUA estão comprometidos a cooperar com o resto do mundo na pauta climática, e encorajou a China a tomar mais medidas para reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa, segundo o Departamento de Estado americano.
Ex-secretário de Estado, Kerry também disse que a China tem um “papel super crítico” nos esforços para combater a mudança climática, de acordo com o vídeo do encontro exibido na TV estatal chinesa CGTN.
A China é o maior consumidor global de carvão, fonte altamente poluente que utiliza para gerar quase 60% de sua energia elétrica. O país tem resistido a pressões internacionais para reduzir emissões, mas fez avanços no uso de fontes renováveis em sua matriz energética.
A meta chinesa é gerar via fontes renováveis 20% de toda a energia que consome até 2025, tornar-se neutra em emissões de carbono até 2060 e reduzir suas emissões totais a partir de 2030.
As relações entre Pequim e Washington foram enfraquecidas por disputas comerciais nos últimos anos, mas os dois lados enxergam na pauta climática um possível ponto de cooperação. “A China e os EUA têm diferenças em alguns assuntos. Ao mesmo tempo, dividimos interesses em comum em uma série de áreas, como a mudança climática”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, em comunicado. Fonte: Associated Press.