• China abriu 5 novos mercado para produtos agropecuários do Brasil, diz ministro

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  • 13/maio 11:20
    Por Isadora Duarte / Estadão

    O Brasil poderá exportar mais cinco produtos agropecuários para a China, confirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em publicação nas redes sociais. O país autorizou a importação de grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho), farelo de amendoim, miúdos de aves, carne de pato e de peru do Brasil.

    As aberturas de mercado, antecipadas pelo Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), foram confirmadas após assinatura de protocolos bilaterais entre os países em decorrência da visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao país asiático.

    Os países também acordaram um memorando de entendimento de medidas sanitárias e fitossanitárias. “São três acordos firmados entre o Ministério da Agricultura e a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Isso representa a abertura de cinco novos mercados para a agropecuária brasileira, além da cooperação bilateral nas medidas sanitárias e fitossanitárias que aumentam a segurança dos alimentos comercializados entre os países”, escreveu Fávaro em suas redes sociais. “Chegamos a 362 mercados abertos para o agronegócio brasileiro”, acrescentou o ministro.

    Como mostrou o Broadcast Agro na última semana, o setor produtivo esperava que a missão destravasse aberturas de mercado e ampliasse o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês. Havia expectativa de autorização da China para importação de DDGs, com o assunto sendo considerado em estágio de “negociação técnica avançada” com a conclusão agora confirmada. Também havia expectativa para o anúncio das aberturas para entrada de miúdos de aves (em especial coração e fígado), carne de pato e peru.

    Outros temas prioritários relacionados ao agronegócio do Brasil na visita eram a sincronia na aprovação de transgênicos (biotecnologia) por meio de um memorando de entendimento e revisão do protocolo de exportação de carnes, assinado em 2015, que prevê, em casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, doença popularmente conhecida como “mal da vaca louca”), suspensão imediata e total das vendas externas.

    O governo brasileiro pleiteia a chamada regionalização dos embargos, ou seja, em casos do mal da vaca louca a suspensão das exportações de carnes da região seria restrita ao raio do local em que o caso foi constatado até a confirmação se um caso atípico ou não, enquanto a China estuda a flexibilização conforme a idade do animal.

    De acordo com fontes que acompanham as tratativas, houve “melhora no entendimento” quanto à sincronia para biotecnologia, enquanto a revisão do protocolo de exportação de carnes demanda ainda maior negociação técnica.

    A pauta bilateral entre Brasil e China inclui mais de 50 itens em negociação no âmbito do setor agropecuário. A China é hoje o principal destino das exportações de produtos agropecuários do Brasil, perfazendo cerca de um terço dos embarques anuais do agronegócio brasileiro.

    As vendas de produtos agropecuários ao mercado chinês somaram US$ 49,7 bilhões em 2024, sobretudo do complexo soja, carnes, produtos florestais e algodão.

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