• Cerca de 20% da população em Petrópolis é afetada todos os anos por inundações, diz estudo

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  • 30/08/2020 10:25

    A Defesa Civil Estadual (Sedec-RJ) mapeou as áreas com maior suscetibilidade a inundações no Estado do Rio de Janeiro, com base em dados dos últimos 23 anos. Em Petrópolis, cerca de 62.428 pessoas são afetadas todos os anos por inundações, número que representa 20% da população. O estudo permite identificar possíveis ameaças e cenários críticos para cada mês do ano, de acordo com as estações, com a proposta de melhorar a tomada de decisões técnicas e minimizar os prejuízos e possíveis tragédias causadas pelas ameaças naturais. 

    Os meses de dezembro a março foram os que concentraram o maior número de inundações e consequentemente maior percentual em população atingida. Em janeiro, que apresenta o maior percentual, a estimativa é que, nos últimos 23 anos, as inundações tenham ocorrido em uma área que somadas chegam a 167,88 km. 

    O georreferenciamento das ocorrências se baseou na análise de decretos de Situação de Emergência (SE) disponibilizados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Ministério da Integração Nacional (MI), e no levantamento/cruzamento de fatores relevantes, como precipitação, declive, corpos hídricos, ocupação demográfica e alterações no uso e cobertura do solo.

    O trabalho foi realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Defesa Civil (Cepedec) com apoio do Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ). 

    “As inundações são os desastres naturais de maior recorrência e danos no mundo. No Estado do Rio, são responsáveis por quase 70% das decretações de emergência. O objetivo deste trabalho é contribuir para uma gestão técnica com base em dados que favoreçam as ações de redução de riscos. As informações apresentadas contribuem para o planejamento e adoção de estratégias de prevenção e medidas de redução de riscos junto aos órgãos municipais de Defesa Civil, Ambiente, Planejamento Urbano e Obras”,  afirmou o tenente-coronel Werner, diretor do Instituto Científico e Tecnológico de Defesa Civil (Ictdec).

     A representação cartográfica considera três níveis de ameaça: baixa, média e alta. O período de novembro a março apresenta extensas áreas suscetíveis. 

    “Com estes documentos, os gestores públicos podem implantar medidas estruturais visando prevenir os desastres e problemas decorrentes de inundações ou mesmo sua ocorrência, desenvolver planos de contingência e políticas públicas que protejam as populações potencialmente afetadas”, destacou o coronel Marcelo Hess, subsecretário de Estado de Defesa Civil.

    De acordo com a Defesa Civil, o estudo é importante também para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) que, com base no material apresentado, será possível se antecipar e avaliar com mais precisão o efetivo e os procedimentos operacionais necessários para uma melhor resposta a possíveis desastres hidrológicos, minimizando os danos e prejuízos.

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