Quase 2,5 milhões de carros ainda circulam no Brasil com airbags defeituosos, da marca japonesa Takata, e estão com um recall (troca de peças) pendente por uma falha. Mesmo com os recalls já realizados no país, o risco é significativo para os motoristas e passageiros. O problema aumenta, pois a falha no gerador de gases dos airbags pode causar a explosão do componente, lançando fragmentos metálicos em alta velocidade dentro do veículo.
No Brasil, mais de cinco milhões de carros foram chamados para trocar a peça com defeito. No entanto, somente metade dos proprietários levaram os veículos para realizar o reparo.
Para inflar o airbag quando acionado, a Takata utilizava um composto químico chamado nitrato de amônio. Mas, ao longo dos anos e em contato com o calor e a umidade, o composto se torna altamente explosivo, além da possibilidade de corroer partes metálicas do equipamento. Em casos de rompimento do gerador de gás, fragmentos metálicos podem ser lançados para o interior do veículo, representando um sério perigo de danos físicos. Os fragmentos são projetados contra os ocupantes do carro a uma velocidade aproximada de 300 km/h.
O caso voltou a ser noticiado por conta de novas mortes atribuídas ao defeito, descoberto mais de uma década atrás, e que envolve quase 20 fabricantes e mais de 100 milhões de veículos em todo o mundo.
Troca é gratuita
Mesmo sendo gratuita, a adesão ao recall para a troca dos airbags tem sido baixa no Brasil. A Takata já admitiu problemas em milhões de veículos globalmente, com recalls sendo realizados desde 2014.
Com o objetivo de aumentar a adesão ao recall, fabricantes têm adotado diversas estratégias, como o envio de notificações diretas e campanhas publicitárias. A Chevrolet chegou até a oferecer R$ 500 em combustível para os proprietários dos veículos afetados que comparecessem para a substituição do airbag. Além disso, a legislação brasileira, que entrou em vigor no dia 12 de abril de 2021, exige que recalls sejam realizados para que o veículo possa ser licenciado, o que tem pressionado os proprietários a realizarem as devidas trocas.
Apesar disso, ainda é alarmante que milhões de veículos no país continuem com os airbags defeituosos. A situação exige uma conscientização maior por parte dos proprietários e uma fiscalização mais rigorosa para garantir que todos os veículos afetados sejam devidamente reparados, minimizando o risco de novas tragédias.
No site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), é possível verificar se o veículo precisa do recall por conta do airbag. Para isso, basta inserir o número do chassi ou da placa do veículo.