• Censo 2022: Petrópolis é a cidade mais religiosa entre as três maiores da Serra

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 10/jun 08:15
    Por Wellington Daniel | Foto: Arquivo/Celia Gomez Lamelas

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última semana, os dados do Censo 2022 sobre a religião da população brasileira. A comparação entre os resultados de Petrópolis e das duas outras maiores cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro revela que a Cidade Imperial tem o menor percentual de pessoas sem religião.

    Segundo o Censo, 12,68% da população petropolitana com 10 anos ou mais se declarou sem religião. Em Nova Friburgo, o índice foi de 14,4%, e, em Teresópolis, chegou a 17,85%. Petrópolis também lidera em número de católicos: 48,06% da população se declarou católica, contra 45,77% em Nova Friburgo e 39,06% em Teresópolis.

    Arte: Tribuna de Petrópolis

    Entre outros municípios vizinhos, Petrópolis também apresenta um dos menores percentuais de pessoas sem religião — atrás apenas de Três Rios (7,17%), Areal (8,3%), São José do Vale do Rio Preto (9,09%) e Paraíba do Sul (9,13%). Já em Magé, mais de um quinto da população se declarou sem religião: 20,23%.

    Evangélicos são maioria entre pretos e indígenas em Petrópolis

    O Censo também revela que, em Petrópolis, os evangélicos são maioria entre as populações preta e indígena. Entre os pretos, 41,44% se identificaram como evangélicos; 35,42% como católicos e 2,02% como adeptos de religiões de matriz africana. Entre os indígenas, 57,81% se declararam evangélicos; 8,48%, católicos; e outros 8,48% se identificaram com umbanda ou candomblé.

    Entre os brancos, o catolicismo ainda predomina: 53,18% se disseram católicos; 23,49% evangélicos e 1,37% seguidores de religiões de matriz africana.

    As religiões de Petrópolis

    Em Petrópolis, os dados do IBGE de 2010 e 2022 adotam metodologias diferentes. No Censo de 2010, o levantamento considerou toda a população, enquanto, em 2022, os dados se referem apenas a pessoas com 10 anos ou mais. Ainda assim, a comparação entre os dois períodos permite observar mudanças significativas no perfil religioso da cidade.

    Em 2010, 56,97% da população petropolitana se declarava católica, 26,71% evangélica e 4,25% espírita. Adeptos da umbanda e do candomblé somavam 0,36%, enquanto 10,64% se declaravam sem religião.

    Em 2022, o percentual de católicos ficou em 48,06%, enquanto os evangélicos representaram 29,14%. Os dados mostram ainda que 3,83% da população com 10 anos ou mais se declararam espíritas, e os praticantes de umbanda e candomblé, 1,47%. Já os que se identificaram como sem religião passaram para 12,68%.

    Mudanças no perfil religioso do Brasil

    O Censo 2022 confirma a continuidade da transformação no perfil religioso do Brasil. O percentual de católicos caiu de 65,1%, em 2010, para 56,7% em 2022. Já os evangélicos cresceram de 21,6% para 26,9%. Também aumentou a proporção de pessoas sem religião (de 7,9% para 9,3%) e a de adeptos de religiões como umbanda, candomblé e outras espiritualidades.

    As mudanças apontam variações regionais. O catolicismo ainda é a religião mais praticada no país, com maior presença no Nordeste (63,9%) e menor no Norte (50,5%). Os evangélicos têm maior concentração no Acre (44,4%) e menor no Piauí (15,6%). O Rio de Janeiro lidera entre os espíritas (3,5%), enquanto o Rio Grande do Sul tem a maior proporção de praticantes de umbanda e candomblé (3,2%). Já Roraima se destaca pelo maior percentual de pessoas sem religião (16,9%), de outras religiosidades (7,8%) e de tradições indígenas (1,7%).

    A analista do IBGE responsável pela pesquisa, Maria Goreth Santos, destacou a evolução do Censo ao longo do tempo para refletir a diversidade religiosa brasileira.

    “Em 150 anos de recenseamento de religião, muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo”, comenta a analista referindo-se ao primeiro Censo. “Em 1872, o recenseador deveria assinalar cada pessoa como ‘cathólico’ ou ‘acathólico’, conforme grafia da época; não havia outra opção de religiosidade”, explica Maria Goreth. “Além disso, a população escravizada era toda contada como católica, seguindo a declaração do senhor da casa”.

    Leia mais notícias sobre Petrópolis e região:

    Últimas