• Cenário interno e externo: inflação

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  • 07/11/2022 16:09
    Por Rafael Cataldo*

    Como já sabemos quem será o próximo presidente do Brasil, as incertezas vão diminuindo e as certezas nos negócios e planejamentos começam para todos, desde o cidadão comum, pagador de imposto, até as grandes empresas que geram empregos em massa. Com esse cenário definido e o mercado financeiro reagindo bem sobre a escolha da maior parte dos brasileiros, a estabilidade tende a permanecer.

    A missão da nova equipe econômica é manter e guiar o Brasil para caminhos mais prósperos. Apesar das incertezas do cenário internacional, o Brasil se destacou muito bem dentre as grandes economias do mundo. Quem iniciou o dever de casa primeiro sofreu menos e teve menores impactos de longo prazo, reagindo mais rapidamente na contenção da inflação, como foi o caso de nosso país que largou na frente de EUA e Europa.

    Como ainda estamos em um mundo com os efeitos de uma pandemia que gerou efeitos econômicos desastrosos mundialmente, os ajustes feitos pelos bancos centrais das principais economias do mundo foram principalmente de elevação de suas taxas básicas de juros e nosso BC também seguiu essa linha.

    Por que foi necessário aumentar a SELIC? 

    O quadro abaixo ilustra muito bem as implicações e necessidades de alterações na Selic:

    Considerando a retração da economia por causa da COVID-19, o mundo passando por um caos na saúde, percebemos ao longo desse período que tivemos um aumento do custo de vida em todos os sentidos, com a inflação em alta batendo na nossa porta. 
    O IPCA, (Índice Geral de Preço ao consumidor calculado mensalmente pelo IBGE nas principais capitais do Brasil, entre famílias que ganham de 01 a 40 salários-mínimos) que encerrou dezembro de 2019 a 1,15%, em 2020, com o COVID-19, fechou dezembro 1,35% e o acumulado em 12 meses de 4,52%.

    Quais ferramentas o nosso Banco Central usou naquele momento de cautela para conter a inflação e desvalorização do Real diante das principais moedas do mundo? 

    Os investidores procuram países mais estáveis e economias robustas para deixar seu dinheiro, mesmo diferenças de juros, pois esses países têm histórico de porto seguro em períodos de tempestades. Com a SELIC estava em 13,75%, a economia brasileira com juros já recalibrados, atraímos mais investimentos externos.

    Recebemos mais investidores do que México e Turquia, nossos principais concorrentes dentre os países emergentes. Vale lembrar que o Brasil não angariou muitos investidores apenas pela taxa de juros alta, mas também pela segurança que mostrou em relação a outros países.

    Veja o quadro abaixo com a classificação do ranking mundial de índices de inflação em setembro deste ano:

    Temos um cenário internacional com alguns destaques:

    A Turquia é a campeã com uma inflação de quase 90%, ou seja, preços quase que dobram em 12 meses. Já tivemos algo parecido aqui no Brasil décadas atrás e vivíamos tempos dos famosos “Congelamentos de Preços” forçados pelo governo para que o povo pudesse ir aos mercados sabendo o que ia gastar naquele dia.
    Estados Unidos elevou sua taxa de juros para 3,25%, que ficou anos com a taxa abaixo de 1% a 0,25%. 

    Na zona do Euro, temos a Inglaterra fazendo ajustes políticos e fiscais para não ficar para trás, com a inflação no acumulado em 12 meses superior à do Brasil, sofrendo junto com os países da zona do euro de forma ainda mais agravada pela crise de energia ocasionada por causa da guerra entre Ucrânia e Rússia. 

    Frente ao cenário no Velho Mundo e também nos comparando com o cenário dos vizinhos na América do Sul, estamos muito bem, obrigado.

    Então, o que vem pela frente no Brasil pós eleições?

    Abaixo nosso último relatório Focus e algumas observações: Selic a 8% em 2024.

    Temos excelentes investimentos para iniciar e nos proteger também de futuras incertezas. Com o fim do aperto fiscal promovido pelo Banco Central que foi demonstrado na última reunião do Copom encerrando o ciclo de elevações da Selic, a nova equipe econômica terá o dever de casa de conter inflação, mas também incentivar a retomada econômica, possivelmente no final de 2023, baixando os juros gradativamente.

    Neste possível viés, teremos oportunidades para investidores migrarem da renda fixa para a renda variável, claro com cautela e orientação de profissionais do mercado financeiro. Sobre esse momento de necessidade de o investidor sair do conforto da renda fixa temos um artigo do site O Especialista que traz de forma bem ilustrada com a parábola da Vaca. Segue o link abaixo.

    https://oespecialista.com.br/safra-report-investimentos/

    Mesmo que tem aversão a riscos, deve observar oportunidades de acordo com seu perfil Ultraconservador segundo o Safra Report.

    Por fim, torçamos para que a nova equipe econômica que assumirá em 2023 tenha o mesmo sucesso da anterior e atue de forma a promover ainda mais o nosso país.


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