Ceará tem municípios em colapso por falta de oxigênio, diz associação
No momento em que a pandemia avança pelo País, com explosão de internações, 74 municípios do Ceará (40% do total) relatam “situação crítica” no abastecimento de oxigênio. Outras 10 cidades (5%) dizem estar em colapso pela falta de insumo.
O levantamento é da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) e foi apresentado ao Ministério Público estadual na segunda-feira, 8. A falta de oxigênio colocou o Amazonas em colapso em janeiro e causou mortes por asfixia. Nas últimas semanas, porém, o quadro da pandemia piorou em praticamente todo o País.
A pesquisa afirma que apenas 10 cidades estão “em condição normal, mas no limite”. A taxa de ocupação de leitos de UTI adulto no Ceará é de 93,82%. Há 447 mil casos confirmados no Estado e 11.753 mortos pela covid-19 desde o começo da pandemia.
A Aprece afirma que o levantamento foi feito por meio de uma enquete com os municípios, mas que faltam dados mais detalhados. Não foram divulgados dados sobre quais cidades estão em colapso.
Em nota, o presidente da associação, Júnior Castro, afirma que “tem recebido uma série de demandas de municípios que relatam dificuldades no abastecimento de oxigênio voltado para a atendimento de pacientes com Covid-19.”
A entidade realizou uma reunião na segunda-feira com o MP e fornecedores de oxigênio. No encontro, o representante da fabricante White Martins disse que os municípios precisam apresentar uma estimativa do oxigênio que será utilizado, mas alertou que a produção feita no Ceará “está quase no limite”.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Ceará afirma que “estabeleceu um planejamento de suprimento de oxigênio hospitalar”, o que teria garantido o fornecimento para todas as unidades da rede de hospitais do Estado. “Este suprimento tem como base de cálculo números cinco vezes maiores que a demanda máxima do pico da pandemia de covid do ano passado”, afirma o órgão, que não informou quais municípios estariam em colapso.
O governo cearense afirma ainda que “provocou” todos os prefeitos e gestores de hospitais que não pertencem à rede do Estado “a fazerem o mesmo planejamento”. A Saúde disse ainda que, se preciso, pode ajudar com transferências de pacientes de regiões mais críticas.