Catecismo maior de Lutero – Quarto Mandamento
“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.” (Êxodo 20.12)
“Honre o seu pai e a sua mãe para que você viva muito tempo na terra.” (Catecismo Menor)
Parte 1 – Da obediência aos pais:
A paternidade e a maternidade receberam de Deus um destaque especial em comparação com todas as demais classes de pessoas que se encontram debaixo de Deus: Ele não manda simplesmente amar os pais, mas respeitá-los. Pois em relação a irmãos, irmãs e ao próximo, Ele nada mais ordena do que amá-los. Ele distingue pai e mãe dentre todas as pessoas sobre a terra e os coloca ao lado de si mesmo. Acontece que respeitar é algo mais elevado que amar. Compreende uma disciplina, submissão e temor para com uma majestade ali oculta. Exige que a gente se dirija a eles de forma amável e reverente e também considerando-os os mais elevados depois de Deus, pois são representantes de Deus, mesmo que os pais sejam gente humilde, pobre, frágil e esquisita; apesar de tudo, são pai e mãe dados por Deus. Sua conduta ou deficiência não tira deles a respeitabilidade. Se eu sou pai, você (filho) me obedeça e eu mantenha a supremacia.
Aprenda o que é exigido neste mandamento: – que veneremos pai e mãe e por eles tenhamos um apreço acima de tudo, como o maior tesouro da terra; que sejamos respeitosos para com eles em nossas palavras, não os agridamos nem fiquemos teimando ou ralhando com eles, mas os deixemos ter razão e nos calemos, mesmo que eles se excedam; ter a devida consideração, ajudando-os e cuidando deles quando idosos e enfermos ou pobres. Tudo isso não somente de boa vontade, mas com humildade e reverência, como se fosse feito para Deus.
Não sei de nenhuma obra melhor do que prestar todo respeito e obediência aos meus pais. A maior e mais nobre obra é a obediência ao pai e à mãe, obediência que Deus determinou como segunda mais importante depois da obediência à Sua majestade.
Isso também levaria a que os pais tivessem mais alegria, amor, carinho e harmonia nos lares; os filhos ganhariam os corações dos pais. Já quando são teimosos e não fazem o que devem, a não ser que apanhem, eles despertam a ira de Deus e a dos pais, acabando por acumular somente infelicidade.
Temos o dever de mostrar gratidão por todos os benefícios e favores que recebemos dos pais. Só que nesse ponto é mais uma vez o diabo que impera no mundo: as crianças esquecem os pais, como nós esquecemos de Deus. Ninguém se lembra de como Deus nos alimenta, guarda e protege, nem da fartura material e espiritual que Ele nos proporciona. Exatamente da mesma forma procedemos com os pais, e nenhum filho reconhece isso, a não ser que isso lhe seja dado pelo Espírito Santo.
Deus conhece a perversão do mundo, razão pela qual Ele o lembra e incute com mandamentos, para que cada qual considere o que lhe fizeram os pais. Constatará que deles recebeu o corpo e a vida, sustento e educação, caso contrário teria morrido asfixiado cem vezes em sua imundície.
Deus junta a este mandamento uma terna promessa: “para que tenhas vida longa na terra em que moras”. Quem guardar o mandamento terá dias bons, felicidade e prosperidade. Caso contrário, terá o castigo: quem for desobediente, tanto mais cedo perecerá e não ficará contente com sua vida. Pois ter vida longa não significa apenas chegar à idade avançada, mas ter tudo que faz parte de uma vida longa, como saúde, mulher e filhos, sustento e paz, bom governo, etc. Agora, se você não quiser obedecer ao pai e à mãe, nem deixar que eduquem você, obedeça ao carrasco, ou senão ao estica-canela, à morte.
(Fonte: Catecismo maior de Martin Lutero, p. 42-48)
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