• Catecismo maior de Lutero

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  • 19/05/2017 08:00

    Segundo Mandamento   

    “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar seu nome em vão.” (Êxodo 20.2-6) 

    “Não abuse do nome do Senhor, seu Deus, porque o Senhor não considerará inocente quem abusar do seu nome.” (Catecismo Menor)

    Este mandamento nos leva para fora, coloca a boca e a língua na relação com Deus. A primeira coisa que irrompe do coração e vem à tona são as palavras.

    Fazer mau uso do nome de Deus quer dizer citar Deus, seja de que forma for, para qualquer finalidade mentirosa ou viciosa. Não existe abuso mais grave do nome de Deus do que se valer dele para mentir e enganar. Abusa-se do nome de Deus em negócios financeiros, imobiliários e questões de honra, seja publicamente em juízo, na praça ou quando se jura e comete perjúrio em nome de Deus, ou empenhando a própria alma. Ocorre muito em matéria de casamento, quando um casal faz jura secreta depois rompe o juramento. Com maior frequência o abuso acontece em questões espirituais, que tangem à consciência, quando falsos pregadores apresentam suas mentiras como palavra de Deus. Entre os mentirosos estão também os caluniadores que sem o menor escrúpulo difamam o nome de Deus.

    Mentir e enganar, em si, já é grande pecado; mas fica muito mais grave quando tentamos justificá-lo e, para reforçá-lo, recorremos ao nome de Deus, usando-o como manto.

    Todos nós, por natureza, temos essa bela virtude de, uma vez cometida a bobagem, querer encobrir e disfarçar a vergonheira, para que ninguém veja nem fique sabendo. Ninguém vai ter a coragem de ficar se gabando do mal cometido, todos preferem fazê-lo às escondidas, não à vista de todos. E se criticamos alguém, Deus tem que emprestar o seu nome para justificar a molecagem, transformar o vexame em glória. É assim que funciona o mundo.

    Por isso também temos a recompensa que buscamos e merecemos: peste, guerra, inflação, incêndio, inundação, mulher, filhos e empregados que não prestam, e toda sorte de descalabro. Senão, qual seria a causa de tanta desgraça? Ainda é uma graça enorme o fato de a terra nos sustentar e alimentar!

    Abusar do nome de Deus significa mentir ou alegar algo que não é, sob o seu nome, ou usá-lo para maldiçoar, jurar, praticar feitiçaria, em suma, cometer maldade.

    Enquanto, por um lado, é proibido usar o nome sagrado para a mentira e o vício, por outro, é dado o preceito de usá-lo para a verdade e para todo o bem.

    Não se deve jurar em apoio do mal, isto é, para sustentar a mentira, e também não quando não for necessário. Que se trate de habituar as crianças em tempo a que tenham receio da mentira e, principalmente, da invocação do nome de Deus para reforçar a mentira.

    Também convém se habituar a encomendar diariamente a Deus a alma e o corpo, mulher, filhos, empregados, e tudo o que temos contra qualquer necessidade que possa ocorrer. Por isso também surgiram e foram mantidos (depois de nos desligarmos do papa), o Benedicite, o Gratias e outras preces de bênçãos matutinas e noturnas. O mesmo vale para o costume de as crianças se benzerem quando veem ou ouvem algo de assombroso e terrível, dizendo, “valhe-me, Deus”, “socorro, Bom Jesus” e similares. Também na situação inversa, quando inesperadamente nos acontece uma coisa boa, por mais insignificante que seja, a gente diz: “Graças a Deus, foi Deus que mandou” etc. Isso agradaria a Deus mais do que qualquer vida monástica. 

    (Fonte: Catecismo maior de Martin Lutero, p. 33-37)

    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

    Avenida Ipiranga, 346.

    Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

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