Os filhos de Lourival Correa Netto, assassino confesso da advogada Anic Herdy, tiveram a prisão revogada pela Justiça, de acordo com a defesa do acusado. A informação foi confirmada pelas advogadas Aline Fernandes e Elker Oliveira, que representam Henrique Fadiga e Maria Luiza Fadiga, respectivamente.
A defesa, em nota, afirmou que as prisões foram revogadas diante de novas provas colhidas e destacou que “a absoluta inocência de ambos será cabalmente demonstrada na instrução processual” e que “a verdade irá prevalecer contra todas as especulações”.
A suspeita é de que os dois possam ter sido cúmplices do pai no assassinato de Anic. Maria Luiza é acusada de ter lavado o dinheiro do sequestro em uma loja de conserto de celulares que pertence à família. Já Henrique é suspeito de ter participado da compra de dólares para o pagamento do falso resgate. Os dois também teriam estado com o pai em uma concessionária na Barra da Tijuca, onde compraram um veículo com o valor do falso sequestro.
Anic foi vista pela última vez em 29 de fevereiro, estacionando seu carro em um shopping na Rua Teresa e caminhando pelo polo de modas. O veículo de Lourival, que posteriormente admitiu ter assassinado a advogada, foi flagrado na região no mesmo horário por câmeras de segurança.
Réu confesso
O corpo de Anic foi encontrado no fim do mês de setembro, quando Lourival, em depoimento, confessou o crime, informando que havia enterrado a vítima no quintal de sua casa.
Segundo o acusado, ele era amante de Anic e o crime foi encomendado pelo marido da vítima. No entanto, segundo a polícia, não há indícios da participação do cônjuge no caso.
O caso
No dia do desaparecimento, o marido de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, recebeu mensagens de um dos celulares da mulher. Era exigido um pagamento de resgate de R$ 4,6 milhões, com mensagens que afirmavam que toda a família estava sendo monitorada e que a polícia não deveria ser acionada. O valor foi pago por meio de transferências bancárias e saque em espécie.
A 105ª DP foi acionada para o caso apenas duas semanas após o desaparecimento, quando uma filha de Benjamin foi até o local.
Ao todo, quatro pessoas foram indiciadas no inquérito da Polícia Civil. Além de Lourival, apontado como o mentor do crime, um casal de filhos e uma mulher, que teria um relacionamento com Lourival, respondem como cúmplices.