• Casarão de ex-presidente está abandonado

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  • 18/12/2015 12:00

    Um casarão abandonado que fica no número 673 da Estrada da Saudade está causando insegurança a quem mora na região. O imóvel está servindo de abrigo para usuários de drogas e dependentes alcoólicos e está sendo destruído por invasores.

    Quem passa pelo local prefere atravessar a rua para não andar perto da casa. O muro da residência está coberto pelo mato, assim como grande parte das paredes. As inúmeras janelas foram pichadas e depredadas, assim como toda a fachada. Segundo vizinhos, a casa tem sido frequentada por vários usuários de drogas e outros invasores, que usufruem do espaço para praticar atos sexuais. “Aqui dentro já presenciamos várias confusões e eu já vi uma cena lastimável. Vivemos um homicídio onde uma mulher esfaqueou um homem. Eles se aproveitaram do espaço para abrigo, usar drogas e acabaram brigando, discutindo, aí ela deu várias facadas nele até matá-lo. Os gritos puderam ser ouvidos de longe e a gente não podia fazer nada”, disse um morador que não quis ser identificado. 

    O casarão, que já pertenceu ao ex-presidente da república, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, já é conhecido como ponto de uso de drogas. Uma aposentada de 67 anos disse que já presenciou uma mulher nua dentro do imóvel. “Eu estava voltando para casa, de um aniversário, e vi uma mulher sem roupa, ou pelo menos com os seios à mostra, chegando de uma das janelas lá de cima, com um cigarro na boca. Fiquei horrorizada. Pensei ser o fim dos tempos”, contou.

    Há dois anos, na madrugada de 6 de novembro de 2013, uma mulher foi encontrada morta dentro do imóvel. A jovem de 18 anos estava nua e com sinais de violência. Uma equipe da PM foi até o local e acionou peritos da 105ª Delegacia, onde a ocorrência foi registrada. Dois homens foram encontrados no local e informaram que foram ao prédio para consumir drogas e chegando lá encontraram um casal brigando. Ao se deparar com a cena, eles saíram e acionaram a polícia. Os dois foram levados para a delegacia. Onze dias depois do crime, um jovem morador do Floresta, bairro próximo, foi preso, acusado de matar a mulher. Segundo os policiais, na ocasião, a vítima era namorada do suspeito e teria participado com ele de um assalto a um taxista dias antes de ser morta. Os agentes informaram, também, que a jovem era usuária de drogas. Um morador de rua que estava na cena do crime fazia uso de entorpecentes e não havia sido encontrado pela polícia. 

    A residência, que também foi moradia da esposa do Marechal Hermes, a cantora, atriz e pintora Nair de Teffé, filha do Barão de Teffé, posteriormente foi sede da Fundação Cultural Paulo César Amorim, quando havia um contrato de comodato entre a Fundação e a Prefeitura de Petrópolis. Posteriormente, com o fim do contrato, a Prefeitura utilizou o espaço como uma creche. A casa foi fechada em 2003 e as chaves entregues ao Ministério Público, depois de várias ações judiciais entre a Prefeitura e a Fundação.  

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