• Casa da Morte: Anita Prestes defende desapropriação

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 13/06/2019 13:11

    As lutas populares no Brasil se cruzam, em diversos momentos, com a história de Petrópolis. Histórias que por muitos anos se passaram desconhecidas ou não eram contadas. Com o objetivo de resgatar esta memória e contar as lutas populares vivenciadas na cidade ao longo dos anos, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) promoveu nessa terça-feira (11) uma roda de conversa com a historiadora Anita Leocádia Prestes e Norton Ribeiro.

    Atualmente com 82 anos, a historiadora participou ativamente dos movimentos populares em diferentes períodos no país. Foi perseguida e se exilou na Europa na década de 70, durante a ditadura militar. Filha da militante comunista alemã Olga Benário Prestes e do revolucionário comunista Luís Carlos Prestes, recorda com riqueza de detalhes os movimentos que foram fundamentais nos regimes políticos enfrentados pelos país. 

    A convite do CDDH, veio promover o livro “Pão, Terra e Liberdade na Cidade Imperial” do seu ex-aluno Paulo Henrique Machado. “Este é um segundo lançamento do livro, que fala da representação forte da ANL [Aliança Libertadora Nacional] em Petrópolis. Lutas contra o conservadorismo, os privilégios e a atuação de partidos fascistas e nazistas que tinham sede na cidade, e que pouco ou nunca se fala”, disse.

     Foto: Bruno Avellar/Tribuna de Petrópolis

    A historiadora e professora de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também visitou a Casa da Morte. O local foi usado como centro de tortura durante a ditadura militar e onde diversos presos políticos morreram. Inclusive amigos de militância da Anita. O imóvel foi tombado no ano passado pelo município, e agora o CDDH, junto com Ministério Público Federal e prefeitura buscam a desapropriação. 

    Em apoio ao movimento de resgate da casa, Anita frisou a importância de transformar o imóvel em um lugar de memória, em que possam ser feitas exposições permanentes para que a população saiba a parte trágica que o Brasil viveu. “Vivemos horrores durante a ditadura. É importante o resgate não só desta casa, mas de toda a memória, para que essas atrocidades não se repitam”.

    Alunos do Ceja Petrópolis acompanharam a visita à Casa da Morte e puderam conhecer mais sobre a história do Brasil e da cidade. “A história do Brasil não pode ser apagada. Essa casa deveria ser tombada nacionalmente para dar o exemplo para a nação brasileira do que foi a ditadura militar”, completou o aluno José Carlos Pires.

    Últimas