• Casa Cavanelas, em Pedro do Rio, será sede do Instituto Burle Marx a partir de 2028

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  • 23/jun 08:46
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    A Casa Cavanelas, em Pedro do Rio, será a nova sede do Instituto Burle Marx. A previsão é de que o espaço seja aberto ao público a partir de 2028.

    Com arquitetura de Oscar Niemeyer e paisagismo de Burle Marx, o futuro espaço prevê a criação de uma reserva técnica adequada para salvaguarda e consulta ao acervo, um auditório, um espaço expositivo, além de áreas de convivência e atividades propiciando a experiência e o encontro.

    A proposta é ser um grande espaço de troca de conhecimento, laboratório de ideias e debates a partir da obra e legado do paisagista e de sua equipe, com atividades programáticas de arte, cultura, meio ambiente e educação e exposições, em torno de temas que dialoguem com questões contemporâneas, principalmente relacionadas à ODS 11, “Cidades e Comunidades Sustentáveis”.

    A casa foi adquirida recentemente por uma doação individual para garantir que tenha um destino público. Este é o primeiro passo de um projeto de longo prazo que abrange mapeamento socioambiental e um projeto de estruturação e implementação de reserva técnica adequada. O projeto é do arquiteto Thiago Bernardes e equipe e contempla o respeito à natureza do entorno e o DNA modernista da Casa, compondo com o traçado original e o jardim.

    “Queremos difundir e tornar acessível à sociedade um dos mais relevantes acervos
    paisagísticos do mundo, uma referência histórica de um patrimônio brasileiro, construído ao longo de sete décadas, ao lado de colaboradores, como Haruyoshi Ono, parceiro criativo de Burle Marx por quase 30 anos e guardião do legado paisagístico do instituto”, afirma Isabela Ono, arquiteta paisagista e diretora executiva do Instituto Burle Marx, e filha de Haru, como era conhecido, o responsável pela continuidade do seu escritório de paisagismo e pela organização, manutenção e, principalmente, difusão dos materiais que hoje compõem o acervo.

    Entre as ações planejadas para os próximos anos estão o inventário e digitalização do
    acervo, disponibilização pública através de plataforma digital, exposições e publicações, fóruns de debates e residências artísticas. “É fundamental que toda a sociedade tenha conhecimento desta história e, a partir do entendimento do seu valor como um patrimônio material e imaterial, esteja comprometida em preservar e difundir esse legado, que é um marco na história do nosso país, assim como manter no Brasil um dos maiores e mais importantes acervos paisagísticos do mundo, tornando-o acessível ao público, ampliando possibilidades de reflexões, inspirações e novas leituras a partir da narrativa trazida pelo Burle Marx e seus colaboradores”, reforça Isabela. Para tanto, espera-se um engajamento da sociedade, sendo possível realizar doações de verba direta, e via Lei de Incentivo à Cultura e Lei do ISS.

    Sobre o Instituto Burle Marx

    Roberto Burle Marx, um dos maiores artistas e paisagistas brasileiros do século XX e
    seus colaboradores, responsáveis por diversas obras que ocupam espaços públicos com propósito de valorização da natureza brasileira e integração com o meio ambiente, deixaram um legado de acervo paisagístico com mais de 150 mil itens, entre projetos, estudos, croquis, desenhos, fotografias, recortes de jornal, cartas e documentos, que hoje estão sendo preservados, catalogados e disponibilizados pelo Instituto Burle Marx, uma organização da sociedade civil, criada em 2019, que detém um dos maiores acervos privados sobre o tema de acesso público.

    “A nossa missão é preservar, disseminar e ressignificar o legado coletivo de Burle Marx, trazendo suas reflexões para o debate presente e vislumbrando futuros possíveis que possam inspirar a promoção de cidades mais verdes, sustentáveis, inclusivas e democráticas, acessíveis, acolhedoras, e o bem-viver em ambientes públicos e privados. Acreditamos que o caminho para esta construção passa pela defesa intransigente do meio ambiente, com a valorização dos biomas nacionais e com o repensar profundo da relação do ser humano com a natureza e o bem viver em coletividade nas cidades. Entendemos que a expressão artística, o belo, a estética, a criatividade, a inovação e a ousadia estão intrinsecamente ligados a esta construção
    de ambientes mais humanos, acessíveis e plurais. Tudo isso é a base para a construção de um futuro mais justo, igualitário e sustentável, a partir da democratização dos espaços públicos e a defesa da liberdade de expressão artística”, defende Isabela.

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