• ‘Carta de Petrópolis’ elaborada por integrantes do MPRJ e entidade de engenheiros e arquitetos será apresentada nesta sexta

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  • 14/fev 10:26
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis I Foto: Arquivo

    Nesta sexta-feira (14), às 11h, na Casa dos Conselhos, será entregue ao prefeito Hingo Hammes a ‘Carta de Petrópolis’. O documento foi redigido a partir dos diálogos do Pensar Petrópolis, organizados pelo Projeto Morte Zero, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), e pela Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro-SEAERJ, e consolida prioridades e propostas para mitigar os impactos das mudanças climáticas na cidade.

    Entre 15 de fevereiro e 20 de março de 2022, 240 pessoas perderam suas vidas e milhares perderam suas moradias. Petrópolis possui 72.070 mil pessoas morando em áreas de vulnerabilidade e risco, segundo o IBGE, e é apontada pelo Serviço Geológico do Brasil-SGB como a cidade com a maior suscetibilidade para inundações e deslizamentos de encostas do país. 

    Para entender e ouvir os moradores das áreas suscetíveis aos eventos extremos, os mais afetados pelas ações climáticas, os debates do Pensar Petrópolis focaram nas questões sobre o Meio Ambiente, a Defesa Civil, a saúde inclusiva e assistência social, pilares que contribuíram para compor a ‘Carta de Petrópolis’. Os diálogos de participação voluntária, realizados na UNIFASE – Faculdade de Medicina de Petrópolis, no segundo semestre de 2024, promoveram dinâmicas de grupo sobre os temas e necessidades coletivas mais urgentes para as comunidades e o território, com a presença de seus representantes, da Academia e demais entidades municipais e do Estado do Rio de Janeiro.

    No presente e para o futuro da cidade, bem como sobre o desenvolvimento sustentável local, com o intuito de encontrar as prioridades, e possíveis soluções, para ações que possam mitigar os impactos das ações climáticas na vida das pessoas e da cidade como um todo, a ‘Carta de Petrópolis’ ao prefeito Hingo Hammes é fruto do sentimento coletivo com o intuito de se instaurar a cultura da prevenção dos desastres em Petrópolis, em fazer emergir a inteligência da sociedade, com fins à sensibilizar os seus diversos segmentos na adoção de medidas eficazes e contínuas para proteger as pessoas, em reconhecimento ao seu protagonismo e vulnerabilidade.

    “O projeto Pensar Petrópolis surge da necessidade de unir moradores, técnicos e servidores públicos em um debate dialógico, que visa a integração dos diversos entendimentos, permitindo uma reorientação e organização das ações prioritárias para a minimização dos riscos e impactos provenientes das chuvas de verão. É um ato de resistência e ao mesmo tempo de assunção de compromissos por aqueles que vivem, trabalham ou, de alguma forma, colaboram para uma cidade mais segura, saudável e sustentável”, reflete Denise Tarin, Procuradora de Justiça do MPRJ, idealizadora do Pensar Petrópolis e do Projeto Morte Zero. 

    “A semente colocada a partir da parceria do SEAERJ com o projeto Morte Zero-MPRJ germinou e deu fruto! A Carta de Petrópolis reúne o encontro de vários saberes, quais sejam da Academia, do Ministério Público, da Prefeitura, Sociedade Civil, dos atingidos, mostrando que é real e vital para a Solução a troca de conhecimento. A participação entusiasmada dos moradores que compõem os NUDEC´s, ora processando informações, considerando sugestões, criando ideias junto com o que há de melhor na Engenharia, Arquitetura, Geologia, Geografia, Medicina, no Direito, Serviço Social e outras ciências há de ser o modelo a ser seguido por outros lugares aqui no estado e no país. A isso se chama Cidadania Ativa.”, declara Maria Isabel V. P. Tostes, Pres. SEAERJ – Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do RJ. 

    A Carta foi elaborada pelo comitê gestor do projeto Pensar Petrópolis, que teve como base os relatórios desenvolvidos pelos participantes dos diálogos e, com o intuito de preservar o ineditismo do texto, após a entrega ao prefeito, a Carta será amplamente distribuída.

    Projeto Morte Zero

    O projeto Morte Zero foi inicialmente desenvolvido pelo Ministério Público do Estado Rio de Janeiro (MPRJ), em Petrópolis, no ano de 2002. A iniciativa visa integrar os diversos segmentos das comunidades nos processos decisórios e nas dinâmicas participativas e deliberativas, fomentar o diálogo público, de forma aberta, transparente e democrática. Com esse enfoque, a concepção do projeto é coletiva e colaborativa, fincada na cooperação, na solidariedade e na integração dos diversos atores sociais orientados pelas causas sócio-históricas produtoras dos desastres e a busca da melhor solução.

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