Caronavírus

O título da crônica está correto: trata-se de trocadilho ao título da pandemia assustadora que anda esvoaçando pelo planeta. Significa a carona de muitos habitantes da Terra aproveitando a onda para promoção pessoal, sob variados objetivos.

Um exemplo lamentável é mostrado por um presidente da república posando de deus, quando, em aparições em matérias televisivas, desafia a razão e a ciência, desfilando coleado junto a correligionários – no mínimo idiotas – cumprimentando, segurando braços, afagando rostos, perdigotando carecas e cabeleiras, tal um pavão – que é irracional –  exibindo sua plumagem real. Afinal, presidente,  sua missão, pelo povo delegada, é dar combate ao mal, seguindo a razão científica, apoiando os técnicos e abraçando as medidas preventivas, no lugar de sair pelas ruas em bloco carnavalesco da incoerência e – o  que é pior – como agente transmissor do “corona”, de peito aberto, de cara lavada, posando de super-herói.

Afirma-se por aí que esse tal presidente já contraiu o vírus, quando retornou de uma viagem ao Extarior, ficou curado e, portanto, está imunizado. Que bom! Palmas para ele e para aqueles que o salvaram. E sabem o que ele anda fazendo? Se não pega mais o vírus – há controvérsias! – está facilitando para pegar nos outros, contrariando os profissionais sérios e, até, em lamentáveis momentos, os desautorizando e assim, ridicularizando sua própria equipe.

Tenho visto criancinhas inventando pirraças em protesto a medidas maternas/paternas, muito engraçadinhas porém, o mais das vezes, fora da mínima razão. Mas, são criancinhas e cada acontecimento do tipo é um aprendizado para elas e para os pais.

Agora – com licença, presidente -. quem irá corrigir uma pirraça partida de um marmanjão? E, como fica o país?

Até agora sua equipe de governo balança, balança, balança e cai, ou tem caído em proporção nunca vista na história do Brasil.

Algum analista político precisa explicar o fenômeno para detectar de quem é a falha e porque é assim a cabeça do principal “caronavirus” nacional.

– Eu sou o presidente da república! – diz ele no meio da ululante multidão candidata ao vírus, que pede sua própria cabeça, como se o título a ele conferisse poder máximo quando, em verdade, estamos em um país sob democracia e ele tem a obrigação constitucional, moral e decente de estar em harmonia com os demais poderes do regime, como ele, responsáveis pela manutenção do estado democrático de direito.

O mais é baderna, irresponsabilidade, criancice sem o pudor da inocência infantil, exercida por um político marmanjão e rodado sem a qualidade de estadista.

Ainda há tempo de botar a cabeça no lugar e começar a aprender como deve se comportar um presidente da república!