Carnaval Inclusivo: primeiro bloco especialmente voltado para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida acontece em Petrópolis neste domingo

Neste domingo (12), às 9h30, na Rua Irmãos D’Angelo, passando pela Rua 16 de Março, acontecerá o primeiro bloco carnavalesco do Projeto INcluir. A inscrição são dois litros de óleo de cozinha usado e tampinhas plásticas. O bloco contará com triciclos que são usados em outros eventos e um carro elétrico que transporta os PCD’s.

O Projeto INcluir tem como objetivo tirar as pessoas que possuem algum tipo de deficiência e mobilidade reduzida de casa promovendo eventos especialmente voltados para este público. Neste ano, pela primeira vez, Petrópolis contará com um carnaval inclusivo.

Sobre o projeto Incluir

Alessandra Caline e seu esposo, Chen Li Cheng, são os idealizadores do Projeto INcluir Petrópolis – Projeto de Inclusão Social e Sustentabilidade sem fins lucrativos, privado com objetivo de tornar, através de atividades de esporte, lazer, turismo, cultura, educação e sustentabilidade ambiental o município de Petrópolis uma cidade inclusiva que abraça as pessoas com deficiência – PCD’s e mobilidade reduzida, pensando em todos, sem distinção de aspectos como gênero, raça, orientação sexual, religião ou a presença de alguma deficiência.

No mês de abril de 2022, tomando um café na Rua 16 de março, Caline e Chen conversavam sobre fazer uma caminhada para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. No dia, os dois já imaginavam fechar a rua em um domingo para promover o evento.

No mês de maio, o projeto realizou a primeira corrida para PCD’s e mobilidade reduzida. Na ocasião, mais de 80 pessoas estiveram envolvidas. “Foi incrível. Conseguimos nossos primeiros voluntários, todos participativos, alegres, foi uma emoção única para nós. Conseguimos lanches, brindes para sorteio e até medalhas. As medalhas foram um sucesso, uma alegria quando cada participante recebeu a sua. As crianças não queriam tirar suas medalhas do pescoço. Foi um dia rico de amor e inclusão”, relembra. A partir desse evento, nasceu o Projeto INcluir Petrópolis.

Moeda Solidária

Caline explica que algumas empresas da cidade, como o Majórica, Transmontano e Conytos, doam resíduos que viram moeda solidária para o projeto. Esses resíduos são destinados para uma empresa licenciada e legalizada que gera ICMS ecológico para o município.

Além disso, com a moeda solidária, o projeto consegue ajudar pessoas. Caline conta que através da moeda solidária, foi possível comprar uma cadeira de rodas para uma criança que possui paralisia cerebral. Essa foi a primeira aquisição de um produto mais caro.

Caline ainda lembra que virão dois ônibus com PCD’s e pessoas com mobilidade reduzida juntamente com as suas famílias do Rio de Janeiro para o bloco INcluir. O transporte será pago pelo projeto através da moeda solidária.

Os resíduos podem ser tampinhas plásticas, lacres de metais e óleo de cozinha usado. O projeto tem pontos de coleta voluntário na Galeria Arcádia, na Rua 16 de Março, e nos restaurantes que doam para o projeto.

Eco In

Caline criou o selo Eco In que fala da sustentabilidade e inclusão. Os estabelecimentos que doam os resíduos para o projeto recebem o selo produzido pela própria idealizadora. O selo é feito em modelo de scrapbook feito unicamente e exclusivamente para a marca.

História

A idealizadora conta que o projeto surgiu há quatro anos, após o marido descobrir o diagnóstico de uma doença rara degenerativa.

“Ele tinha uma vida normal. Diante do que aconteceu, de forma voluntária, montamos esse projeto. Nós temos nossas vidas profissionais. Não vivemos do projeto. O projeto é uma forma de doar parte do nosso tempo para podermos contribuir com pessoas que não saem de casa, que realmente vivem dentro de suas casas por alguma dificuldade ou porque nossa cidade não tem mobilidade”, conta.